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UNICA revisa projeção para safra 2012/2013

Nova projeção aponta moagem maior, mas queda na produção total de açúcar e etanol no Centro-Sul


Publicado em: 20/09/2012 às 19:50hs

UNICA revisa projeção para safra 2012/2013

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em conjunto com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), demais sindicatos e associações do setor sucroenergético, divulgou nesta quinta-feira (20) uma projeção revisada para a safra 2012/2013. A nova projeção indica uma moagem de 518,50 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na região Centro-Sul, aumento de 1,87% sobre a estimativa de 509,00 milhões de toneladas divulgada originalmente em abril e alta de 5,14% em relação ao volume processado na safra 2011/2012, que atingiu 493,16 milhões de toneladas.

A expansão no volume de cana é consequência principalmente das chuvas não previstas que ocorreram nos primeiros meses da safra, permitindo um acúmulo de biomassa superior ao projetado inicialmente. De acordo com o CTC, o mês de junho exemplifica o que aconteceu: o índice de precipitação pluviométrica para a área canavieira da região Centro-Sul superou em mais de 200% a média histórica para esse mês.

Essas chuvas mais intensas viabilizaram um aumento na produtividade agrícola da área colhida. Dados coletados pelo CTC em agosto mostram que a produtividade agrícola no Centro-Sul atingiu 76,60 toneladas de cana por hectare, contra apenas 66,80 toneladas por hectare observadas no mesmo período de 2011. No acumulado desde o início da safra até 1º de setembro, a produtividade atingiu 76,10 toneladas por hectare, 5,40% acima do total registrado para o mesmo período da safra anterior.

Para o presidente interino da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, “diante dos valores apurados, a expectativa é que a produtividade agrícola ao final da safra 2012/2013 fique próxima de 74 toneladas por hectare, superior à prevista no início do ano, justificando o crescimento da moagem”.

Apesar de favorecerem a produtividade agrícola, as intensas chuvas no início da atual safra impactaram severamente a qualidade da cana-de-açúcar colhida. Até o início de setembro, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana totalizou apenas 129,49 kg, valor abaixo dos 132,56 kg observados no mesmo período da safra 2011/2012.

A projeção revisada indica uma qualidade da matéria-prima de 135,40 kg por tonelada de cana ao final da safra 2012/2013, valor 3,28% inferior à estimativa de 140,00 kg por tonelada, divulgada no início da safra.

Dessa forma, apesar do aumento esperado na moagem, a quantidade de produtos obtidos a partir da cana processada será 1,48% inferior ao total divulgado em abril, atingindo 70,21 milhões de toneladas de ATR, contra 71,26 milhões de toneladas estimadas no início da safra.

“O crescimento da moagem não foi suficiente para compensar a queda na qualidade da cana e, em termos de produtos disponíveis para a produção de açúcar e etanol, a safra deverá ser menor que a nossa projeção divulgada em abril”, esclarece Rodrigues.

Aproveitamento de tempo e evolução da moagem

As chuvas em maio e junho também dificultaram a operacionalização da colheita. Levantamento realizado pela UNICA indica que nesses meses, o aproveitamento médio de moagem das usinas tradicionais da região Centro-Sul ficou abaixo de 65%, contra cerca de 80% verificado no mesmo período nas safras anteriores.

O ritmo de colheita mais lento nos primeiros meses da safra, associado ao início tardio da moagem pelas unidades produtoras, levaram a um atraso significativo no processamento de cana: 307,60 milhões de toneladas foram processadas até 1º de setembro, contra 339,51 milhões de toneladas no mesmo período da safra 2011/2012.

Segundo o presidente interino da UNICA, “o maior atraso na moagem está concentrado no Estado de São Paulo, que até o início de setembro deste ano processou 29,66 milhões de toneladas de cana a menos que no ano passado.” Dependendo das condições climáticas nos próximos meses e da evolução da produtividade agrícola, Rodrigues alerta para a possibilidade de um volume adicional de cana-de-açúcar não ser processado no período normal de moagem, ficando para o início da próxima safra.

Produção de açúcar e etanol

A nova projeção da UNICA aponta para uma produção de 32,70 milhões de toneladas de açúcar, 1,21% abaixo do estimado no início da safra. Mas o total previsto para a atual safra ainda será 4,46% superior às 31,30 milhões de toneladas fabricadas na safra 2011/2012.

Já a projeção revisada para a produção de etanol soma 21,05 bilhões de litros, queda de 2,03% em relação ao total estimado inicialmente, mas 2,47% superior ao valor final da safra anterior. Do volume total esperado para a atual safra, 12,75 bilhões de litros referem-se ao etanol hidratado e 8,30 bilhões de litros ao etanol anidro.

No caso do anidro, a nova projeção representa aumento expressivo sobre a estimativa inicial, de 19,42%. O crescimento se justifica pelo aumento das exportações e pela maior necessidade de anidro para o abastecimento regular do mercado doméstico.

O presidente interino da UNICA ressalta que o volume de anidro a ser produzido é compatível com a demanda esperada no mercado interno. Para o executivo, “é essencial que o nível de mistura de etanol na gasolina para a próxima safra seja definido antecipadamente, para que as usinas possam planejar suas atividades.”

Em relação ao mercado externo, a projeção revisada para a safra 2012/2013 indica que as exportações de etanol poderão atingir 2,55 bilhões de litros e as de açúcar, 23,50 milhões de toneladas.

Veja os dados completos da revisão de safra 2012/ 2013

Fonte: Unica - União da Indústria de Cana-de-açúcar

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