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Suinocultura é preciso ser vista como atividade rentável economicamente

Grupo de brasileiros esteve na Espanha e França e observou que setor suinícola em ambos países equivale-se ao do Brasil


Publicado em: 05/06/2012 às 09:10hs

Suinocultura é preciso ser vista como atividade rentável economicamente

O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, integrou, no final de maio, a Missão Franco-Ibérica de Suinocultura, patrocinada pelo Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) em Minas Gerais.

A viagem oportunizou ao grupo de brasileiros conhecer a maneira como é realmente desenvolvida a suinocultura na Europa, em especial na França e Espanha, países visitados, e trazer ao Brasil um novo olhar sobre o setor. "Conversamos com produtores, visitamos granjas. Pudemos conhecer o trabalho desenvolvido no setor da suinocultura, sua importância e as tendências do mercado de suínos", comenta Folador, que também é conselheiro de Relações com o Mercado da Associação Brasileiras dos Criadores de Suínos (ABCS).

Para ele, a situação em ambos países é muito parecida com a do Brasil, pois há cada vez mais maior concentração da produção e da exigência em relação a produtividade, qualidade e, principalmente, ao bem estar animal. "Os suinocultores de ambos países também têm suas dificuldades. Muitos produtores saem da atividade porque ela deixa de ser viável economicamente. Ou o produtor cresce e amplia a produção ou ele desiste", conta.

Contudo, o setor suinícola apresenta relevância significativa, em especial na região da Catalunha, na Espanha, que conta com grandes empresas que dependem da atividade. Em muitas províncias, a suinocultura é a principal atividade econômica, gerando maior atenção do Governo.

Folador ressalta a qualificação do produtor na Europa, que é mais avançada devido a profissionalização na criação de suínos. Com propriedades de tamanhos semelhantes às brasileiras, porém, com instalações mais modernas, o suinocultor europeu preocupa-se em tornar a atividade rentável e não fazer dela apenas uma opção de sobrevivência, segundo o presidente da Acsurs. "Observamos que o produtor europeu dedica-se à suinocultura, vendo ela como atividade rentável economicamente. No Brasil, muitos suinocultores têm outras atividades em sua propriedade para que, caso não ganhe com uma, a outra dê retorno ", diz, destacando que a insatisfação é a mesma que a do produtor brasileiro, tanto na Espanha quanto na França. "Em visita realizada à associação francesa, vimos que a realidade do setor naquele país também é bastante 'apertada'. E a integração praticamente não existe. O produtor trabalha de forma não independente, mas eles já têm a produção quase toda destinada para a cooperativa ou para as empresas que compram a carne", lembra, comentando que um dos problemas da suinocultura brasileira é a produção ser maior que a demanda.

Representatividade

Outro aspecto destacado pelo presidente da Acsurs é a boa relação existente entre produtores e associações representativas da classe, o que faz com que a associação possa trabalhar ainda mais em prol do produtor. "Os produtores contribuem com as entidades que os representam e isso torna o trabalho das associações muito mais fácil, pois há condições para isso. Também no Brasil é preciso que o produtor acredite na força da entidade que os representa", comenta.   

Catalunha (Espanha) e Bretanha (França) são regiões de maior concentração das atividades e palco de maior visitação. O Mercado La Boqueria, Bolsa de Suínos da Catalunha (Mercolleida), Granja Escola OPP, Parque Tecnológico de Lleida, Frigorífico Guissona, Frigorífico Cooperl Arcatlantique (abate 22% suínos França), visita ao mercado atacadista internacional de Rungis e reuniões com Uniporc Ouest (com os técnicos do Ministério da Agricultura), IFIP – Institut du Porc,  Inaporc – French Interprofessional Pork Council fizeram parte do itinerário da comitiva.

A Missão Franco-Ibérica contou ainda com a participação do presidente da ABCS, Marcelo Lopes; do diretor-executivo da instituição, Fabiano Coser; da coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado; e de representantes do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Minas, Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga (Assuvap) e Saudali; Associação dos Suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Astap) e Suinco.

Fonte: Assessora de Comunicação Acsurs

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