Publicado em: 24/09/2013 às 09:20hs
Desse total de fazendas em Rondônia, 72,6% são produtoras de gado de corte, comportando um rebanho de 12,2 milhões de cabeças, que está em plena evolução, como já escrevemos na reportagem “Pecuária no Brasil: em plena ascensão da atividade, RO recebe Feicorte”. Dar sequência ao crescimento da pecuária de corte no estado dependerá da profissionalização da gestão da pecuária que, entre outros pontos, passa pela sucessão.
Segundo o Censo Agropecuário de 2006 realizado pelo IBGE, 4,4 mil propriedades do estado de Rondônia foram herdadas. Apesar da parcela significativa que denota a importância do processo, a sucessão na agropecuária ainda é cercada por tabus, como a morte do patriarca, o lado emocional do negócio ou a confusão de que só é feita junto à herança. O tema será desmistificado durante a Feicorte Ji-Paraná 2013 pelo consultor Francisco Villa, formado em economia na Alemanha e administração nos EUA. Villa ministrará a palestra “Sucessão familiar – estratégia para a sustentabilidade do negócio agropecuário”.
Para o consultor, a sucessão deve ser discutida ao menos uma vez ao ano dentro da própria fazenda e o processo deve ser preparado uma década antes de o atual gestor pensar em sua retirada. “Recente estudo com produtores rurais no Sul revelou que 37% dos entrevistados informaram ter certeza de não poder contar com um sucessor em sua atividade”, escrevera Villa no artigo “Sucessão rural: um novo cenário para o produtor rural”, atentando para o fato de o problema ainda não ser bem trabalhado.
Para que isso aconteça, o economista recomenda que os produtores rurais brasileiros usem a experiência de países que já passaram pela fase de transição da pecuária semitecnificada para a profissionalização completa da propriedade. Mesmo porque, diz Villa, “não é a pecuária que enfrenta algum problema, pois demanda existe e tende a crescer. É o pecuarista que precisa avaliar se tem energia e interesse em enfrentar o desafio da modernização contínua”. Para ter isso em mente, o produtor deve entender e desvincular a sucessão da herança, que são eventos distintos.
Novo cenário para a produção agropecuária
Gestão de riscos, certificação de produtos e processos, nutrição funcional, integração de sistemas produtivos e alianças estratégias são itens importantes que moldarão as propriedades rurais durante a sucessão de olho no agronegócio do futuro. “Quem conduziu o negócio ao longo dos últimos 20 anos dificilmente possui o conhecimento e a energia empreendedora para perpetuar a atividade no novo contexto do conceito alimentar de 2020”, prevê Villa no artigo “Sucessão na empresa rural”, publicado na Revista Pecuária Corte.
Mas a experiência e a sabedoria do pai, acredita o palestrante, deve estar combinada com os novos conhecimentos e dinamismo do(s) sucessor(es). O problema é que sucessão nunca é tratada com naturalidade, pois cada profissional lida com a questão, no máximo, duas vezes durante sua vida. “Temos, então, pouca experiência no assunto. A matéria é complexa, espinhosa e dinâmica, mas não há como escapar dela", sentencia Francisco Villa.
Palestra
A palestra “Sucessão rural: um novo cenário para o produtor rural” será a terceira apresentação do primeiro dia do Circuito Feicorte 2013 - Etapa Ji-Paraná, às 11h20 do dia 3 de outubro. As inscrições para o workshop podem ser feitas pelo endereço http://agrocentro.com.br/circuitofeicorte/. O valor do investimento é de R$ 200,00 para profissionais e R$ 100,00 para estudantes.
Veja aqui a programação completa das palestras da Feicorte Ji-Paraná 2013.
http://www.feicorte.com.br/
Fonte: Rural Centro
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