Os dados de monitoramento obtidos pelo Sistema de Alerta - controle da mosca-das-frutas nos pomares de pessegueiros - foram apresentados em reunião extraordinária realizada na Embrapa Clima Temperado, nesta terça-feira (13/11), com as presenças das chefias da pesquisa agropecuária, diretor e gerentes da extensão rural, representante do ensino, associação e sindicato dos produtores, pesquisadores, extensionistas rurais e representantes da indústria de pêssego da região. O objetivo da reunião foi a busca de soluções integradas para combater a alta infestação da mosca-das-frutas nos pomares.

A flutuação populacional da mosca aumentou em relação à safra passada, de acordo com registros das estações de monitoramento do Sistema de Alerta instaladas nas colônias Santa Áurea, Rincão da Cruz e Colorado, fato que tem preocupado não somente produtores rurais, mas todos os envolvidos na cadeia do pêssego. Segundo o pesquisador da Embrapa Dori Nava, o aumento populacional da mosca-das-frutas é reflexo do clima desfavorável ocorrido até o momento, da provável falta de controle de hospedeiros alternativos e de pomares abandonados.

Para o diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus, este é o momento de união de todos para superar esta fase crucial. Paulus lembrou que, no futuro próximo, a sociedade vai demandar produtos limpos e que a pesquisa, ensino e extensão rural devem focar na busca de tratamentos sem a utilização de agrotóxicos. O chefe geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pilon, defendeu também a questão do aprimoramento no manejo dos pomares, assim como a utilização mais intensiva de divulgação das informações aos produtores.

Segundo os representantes da indústria, cerca 15% da safra de pêssego foi entregue até o momento. Em função a incidência maior da mosca-das-frutas nesta safra, a expectativa neste ano é de frutos menores e qualidade inferior, sendo que o pico da infestação será em janeiro. Na safra passada, as indústrias de Pelotas e região processaram 63 milhões de latas.