Gestão

Setor agrícola deve estar preparado para enfrentar o futuro, diz presidente da Embrapa

O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, defendeu a necessidade das instituições envolvidas no agronegócio projetarem os desafios para o futuro e prepararem-se com rapidez para enfrentá-los


Publicado em: 14/06/2013 às 17:20hs

Setor agrícola deve estar preparado para enfrentar o futuro, diz presidente da Embrapa

Ele disse, ontem, que os cinco maiores problemas que a humanidade deve encarar nos próximos anos são os mesmos que o Brasil e a agricultura terão que resolver: energia, água, alimento, ambiente, pobreza. “A Embrapa está implantando um sistema, chamado Agropensa, para ajudar a pesquisa agropecuária a atuar em parceria com o setor agrícola nesta antecipação de futuro”, explicou.

Durante a palestra “A água e a ciência, elementos estratégicos do desenvolvimento”, apresentada durante o Fórum do Futuro, em Unaí (MG), Maurício citou questões que fazem parte da agenda de debates sobre o futuro da agropecuária brasileira. Entre elas, a intensificação dos estresses hídricos e nutricionais. “A agricultura vai ser pressionada a integrar os conceitos de nutrição e saúde, o que deverá gerar demandas importantes sobre novas funcionalidades de alimentos.” Segundo ele, a multifuncionalidade dos alimentos será uma alternativa para garantir também a ampliação da produção sem expansão de área.

Outra questão apontada por ele foi a necessidade de alternativas de automação, de maneira a encorajar os jovens a ficarem no campo. Citou também a necessidade de reduzir as perdas, já que cerca de um terço dos alimentos produzidos no mundo são perdidos.
 
Gestão da Agricultura- A sustentabilidade também foi outro ponto destacado, não apenas como resposta à pressão de setores ambientalistas, mas para manter o que chamou de “fabulosa diversidade dos recursos naturais no País”. “Ainda temos 62% de nossas florestas intocadas. Temos que pelo menos manter este índice, adotando os conceitos de crescimento e sustentabilidade como complementares”.

Segundo ele, a complexidade vai marcar o futuro da agropecuária brasileira e elementos como soja, boi, pasto, milho e árvore terão que ser gerenciados integradamente, com uso mais preciso dos recursos disponíveis.  “A gestão na agricultura no futuro será cada vez mais complexa, demandará pessoas capacitadas. A agroindústria terá que olhar as questões de energia emissão de resíduos sob o risco de não conseguir certificação.” E alertou, ainda, que “os europeus estão usando métricas deles para medir nossa agricultura. Temos que criar nossas métricas”, ressaltou.

A integração entre o setor agrícola e a sociedade urbana é outra preocupação.  “As instituições não conseguem mais resolver problemas sozinhas. Temos que trabalhar mais em cooperação. Temos que definir agendas de interesses comuns, alinhamento de propósitos. Parte dos problemas que a gente tem é por falta de alinhamento e coordenação”, concluiu.

Mais de 500 pessoas participaram do debate, que busca antecipar tendências para o agronegócio, articulando visão regional e nacional, particularmente a partir da inovação. Entre os presentes estiveram os ex-ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Alysson Paolinelli e Roberto Rodrigues, e da Fazenda, Paulo Haddad.

A comissão organizadora do Fórum do Futuro, em Unaí (MG) é formada pela Cooperativa Agropecuária do Noroeste Mineiro (COANOR), Sindicato dos produtores rurais de Unaí e Sebrae.

Fonte: Embrapa

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