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Permanência do produtor no campo é prioridade da Faesc

Reivindicar investimentos para que o produtor rural e, especialmente, os jovens permaneçam no campo. Essa é a medida mais urgente apontada pela Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (FAESC) durante reunião com líderes do agronegócio na última segunda-feira (13), em Chapecó


Publicado em: 14/03/2012 às 08:50hs

Permanência do produtor no campo é prioridade da Faesc

O presidente da entidade, José Zeferino Pedrozo, salienta que a reivindicação contempla os interesses dos produtores e dos dirigentes. “Se houver mais incentivo, as leis não prejudicarem o meio rural e as famílias tiverem acesso à formação profissional, o campo se fortalecerá e não teremos problemas com falta de alimentos no futuro”.

Para tratar de temas como o Código Florestal, financiamentos e o mercado agropecuário, a Faesc promoveu uma série de reuniões em todas as regiões do Estado neste mês. Em Chapecó, participaram do encontro os vice-presidentes da entidade, Enori Barbieri, João Francisco de Mattos e Nelton Rogério de Souza, os vice-presidentes regionais Américo do Nascimento e Adelar Maximiliano Zimmer, o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC) Gilmar Zanluchi, os presidentes dos Sindicatos rurais do oeste e extremo oeste, além do deputado federal Celso Maldaner e do secretário de Agricultura de Chapecó, Ricardo Lunardi.

SINDICATO FORTE

O vice-presidente João Francisco de Mattos abordou as ações do Programa Sindicato Forte, que visa a qualificação dos dirigentes sindicais para o exercício de uma liderança sustentável e estrategicamente consolidada, além de capacitar o corpo funcional das entidades para melhor atender os produtores. Mattos ressaltou que em 2012 serão capacitados 100% dos Sindicatos que aderiram ao programa.

FINANCIMENTOS

Os financiamentos do Banco do Brasil, o Programa ABC (agricultura de baixo carbono) e o Código Florestal foram temas abordados pelo vice-presidente Nelton Rogério de Souza. De acordo com o dirigente, há recursos disponíveis para o produtor, mas muitas vezes ele não tem acesso à informação. Um dos exemplos é programa ABC que disponibiliza, através do Banco do Brasil, R$ 1 milhão por CPF. A finalidade é financiar a recuperação de áreas e pastagens degradadas; implantar sistemas orgânicos de produção agropecuária; melhorar os sistemas de plantio direto na palha e de integração lavoura-pecuária, lavoura-floresta, pecuária-floresta ou lavoura-pecuária-floresta.

“Os Sindicatos têm o papel de levar informações como essas aos empreendedores rurais e, por isso, precisam estar atentos às oportunidades, além de estarem sintonizados com a Faesc e a Confederação na defesa do setor”.

MERCADO

O vice-presidente Enori Barbieri falou sobre o mercado do agronegócio e as ações da Cidasc e da Faesc. Segundo Barbieri, apesar da estiagem no oeste e das chuvas no litoral, a agricultura e a pecuária vivem um momento de recuperação de preços. No entanto, a preocupação do dirigente está em garantir a produtividade, para que Santa Catarina importe menos. “Dos dois milhões de toneladas importados nos anos anteriores, com a seca, SC precisará comprar cerca de três milhões de toneladas de milho em 2012. A soja também necessita de maior aquisição, o que implica em aumento de custos para o produtor e, consequentemente, no aumento do preço para o consumidor”.

As ações do Senar/SC foram apresentadas pelo superintendente Gilmar Zanluchi, que destacou os investimentos na área de formação profissional rural e promoção social. Mensalmente, o Sistema Faesc/Senar oferece treinamentos, visando o aperfeiçoamento dos produtores para gerenciar a propriedade e agregar renda à família, e promove programas como o Com Licença vou à Luta, Programa Empreendedor Rural, Útero é Vida, PSA, entre outros. Zanluchi também ressaltou a importância das parcerias para a profissionalização do campo, a exemplo do Programa de Desenvolvimento dos Empreendedores Rurais Cooperativistas, desenvolvidos com a Coopercentral Aurora que atenderá somente neste ano mais de 4 mil pessoas.

REIVINDICAÇÕES

Para finalizar, o presidente da Faesc assinalou que não há como manter as famílias rurais no campo sem incentivos. De acordo com Pedrozo, a alta carga tributária, os problemas com transporte e logística e os efeitos climáticos levarão milhares de produtores às cidades. “Hoje, das 200 mil famílias que residem no meio rural, 30 mil estão sem sucessor. Ou seja, os jovens precisam de oportunidades para crescer e se tornarem empreendedores rurais, com uma atividade que dê lucro”, complementou.

O dirigente, que assumiu recentemente como vice-presidente-secretário da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, ressaltou o papel dos Sindicatos e das entidades na defesa do setor. Uma das reivindicações é a construção das ferrovias para escoar a produção e trazer insumos mais baratos até o Estado. A Faesc também unirá forças com a CNA para que o seguro rural garanta receita aos produtores e não somente aos bancos, como acontece atualmente. “O seguro-renda deve trazer tranquilidade ao produtor que perdeu a produção e não garantir apenas que os bancos sejam ressarcidos”.

Outra ação será encaminhar uma moção para que os recursos sejam liberados o mais breve possível aos produtores atingidos pela estiagem. “Esse foi um pedido dos presidentes do Sindicatos e será viabilizado pela Faesc”, finalizou.

Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional

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