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Perda na safra de milho dos EUA deve ser de 100 milhões de toneladas, estima consultor durante Congresso da Abag

Pelas estimativas de consultores brasileiros, o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, previsto para ser divulgado até o fim da semana, deverá apontar uma quebra entre 90 e 100 milhões de toneladas na safra de milho americana em função da seca que atinge as lavouras dos Estados Unidos


Publicado em: 07/08/2012 às 09:45hs

Perda na safra de milho dos EUA deve ser de 100 milhões de toneladas, estima consultor durante Congresso da Abag

A previsão é do consultor André Pessôa, da Agroconsult, e foi feita durante entrevista coletiva dos organizadores do 11º Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), nesta segunda-feira, dia 6, em São Paulo.

Segundo Pessôa, essa situação deve favorecer o produtor brasileiro. “Nossa estimativa é que o Brasil, que este ano já exportou 10 milhões de toneladas de milho, poderá alcançar a marca de 15 milhões no próximo ano”, acredita. O otimismo dos analistas é grande também em relação aos resultados da safrinha de milho. De acordo com Pessôa, ela deve atingir 70 milhões de toneladas. Junto com a projeção de 84 milhões de toneladas de soja, o analista acredita que a próxima safra poderá chegar a 200 milhões de toneladas.

BNDES otimista com o agronegócio

Para o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, que fez a palestra de abertura do Congresso da Abag, o cenário do agronegócio brasileiro é bastante promissor. Segundo ele, em função de um mercado interno forte, dinâmico e que teve grande expansão nos últimos anos, o Brasil tende a não sofrer tanto as consequências de uma conjuntura internacional adversa, marcada por desaceleração na China, estagnação na Europa e recuperação lenta da economia americana.

“O Brasil é um dos poucos países no mundo cuja renda dos mais pobres cresceu mais do que a da parcela mais rica da população”, lembra Coutinho. De acordo com ele, nos últimos anos a renda dos 20% mais pobres teve um crescimento de 6,6%, enquanto a dos 20% mais ricos crescia apenas 1,8%. “Isso explica o fato de que nos últimos cinco anos, o consumo das famílias só não tenha aumentado em dois trimestres”, comenta.

Coutinho salienta que boa parte dessa situação favorável da economia brasileira, mesmo com um cenário externo negativo, se deve ao agronegócio. “O agronegócio, que hoje representa 22,1% do PIB, tem sido o grande esteio da estabilidade econômica brasileira. É ele que tem conseguido suprir a oferta de alimentos para uma sociedade cada vez mais urbana sem que isso represente pressão inflacionária. É o agronegócio que também tem garantido um superávit comercial que assegura um nível de reservas internacionais que ajudou a blindar nossa economia contra as crises internacionais”, conclui o presidente do BNDES.

Recurso para Programa ABC cresce 200%, segundo dados do BNDES divulgados no Congresso Abag

As liberações de recursos para financiar projetos do Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) tiveram um crescimento de 199% no período de julho de 2011 a maio de 2012, segundo dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O volume de recursos saltou de R$ 368 milhões, de julho de 2010 a maio de 2011, para R$ 1,1 bilhão, de julho de 2011 a maio de 2012. A informação foi divulgada pelo presidente da instituição financeira, Luciano Coutinho, durante palestra de abertura do 11º Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), nesta segunda-feira, dia 6, em São Paulo.

Além dos recursos para o Programa ABC, houve crescimento expressivo também em outras linhas de crédito. Segundo Coutinho, os financiamentos para o Programa Moderagro – Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais saltou de R$ 289 milhões de julho de 2010 a maio de 2011, para um nível de R$ 452 milhões no período de julho de 2011 a maio deste ano, um crescimento de 56,4%.

“O aumento nos recursos liberados pelo banco representam a confirmação do apoio e do compromisso do BNDES com o agronegócio brasileiro”, afirmou o presidente da instituição financeira. Coutinho também destacou que o BNDES concentra esforços no financiamento voltado à tecnologia aplicada na área rural. “No caso específico do etanol, ele requer um esforço grande no sentido de investir em P&D, inovação e aumento da produtividade temos de caminhar em direção do etanol de terceira geração”, comentou.

Além do etanol de terceira geração, Coutinho também disse que o agronegócio brasileiro, apoiado pelo BNDES e pelo governo, tem de dedicar atenção especial a aquicultura e a cadeia dos lácteos.

Fonte: Mecânica de Comunicação

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