Publicado em: 12/07/2012 às 11:30hs
Após a audiência pública no Senado, Camargo Neto acompanhará os produtores até o Ministério da Agricultura. A manifestação terminará às 14h30 com uma reunião com o ministro Mendes Ribeiro. (a apresentação do presidente da ABIPECS, em Powerpoint, estará disponível no dia 12, no site da entidade – www.abipecs.org.br)
Os suinocultores brasileiros enfrentam uma conjuntura difícil, em que pesam fatores negativos, como elevação do custo de matéria-prima (milho e soja) e de mão de obra e perda de mercados externos. O fator positivo - aumento de produtividade - acaba contribuindo para um aumento da produção. Esta, não conseguindo acesso a mercados externos, contribui para ampliar a disponibilidade interna, com consequente retração nos preços, uma vez que há um desequilíbrio entre a produção maior, o consumo e a exportação menores.
De 2009 a 2011, a produção de carne suína aumentou 6,5% e a disponibilidade interna, 11,6%. As exportações, porém, caíram 15,0% no período. De 2009 a 2012, houve um aumento de 3,8% na quantidade de matrizes alojadas e de 3,6% na produtividade.
Nos principais mercados externos para a carne suína brasileira – Rússia, Hong Kong, Ucrânia, Argentina, Angola e Singapura – houve uma perda acumulada de 111.644 toneladas, de 2009 a 2011.
De janeiro a junho deste ano, o Brasil embarcou 1.319 toneladas a menos para Rússia, Hong Kong, Argentina, Ucrânia, Angola, Singapura e Uruguai. O pequeno número de mercados externos representa séria dificuldade ao setor.
O embargo russo à carne suína brasileira já leva mais de um ano sem que o governo federal consiga equacioná-lo. Desde fevereiro, a Argentina passou a restringir as importações provenientes do Brasil, situação que o governo anuncia irá terminar após recente acordo entre os países, porém, ainda sem impacto significativo nas exportações brasileiras. Outros mercados suspensos são a África do Sul e a Albânia.
Recentemente, foram abertos Estados Unidos e China, e ainda em processo de abertura estão Coreia do Sul, Japão e União Europeia.
Para Pedro de Camargo Neto, as tendências que devem continuar elevando os custos são: desaceleração do consumo interno de carne suína, agravamento das deficiências de infraestrutura do Brasil, acordos coletivos de trabalho, necessidade de inovação em segurança alimentar, em questões ambientais e em bem-estar animal, obrigações acessórias à legislação trabalhista, lei dos motoristas (Lei 12.619 de 30/4/2012), e acirramento das medidas protecionistas.
A participação da mão de obra nos custos de produção de suínos, no Brasil, é maior do que na Alemanha, na Espanha, na Itália e no Reino Unido; é semelhante à da Dinamarca e dos Países Baixos. Esse conjunto de países detém quase 90% da produção da União Europeia. Hoje, após a desvalorização cambial e a redução de preços, os custos são equiparáveis, diz o presidente da ABIPECS.
Os custos portuários, no Brasil, são 70% maiores do que na Europa. Exportar um container do Brasil custa R$ 1.900,00, enquanto na Europa, R$ 1.200,00. A produtividade dos portos brasileiros é 70% inferior à dos países concorrentes.
Diante de menor custo de produção nos EUA e de aumento de excedentes exportáveis subsidiados, da UE, que levam à distorção dos preços de mercado, pode-se vislumbrar um crescimento da concorrência nas exportações de carne suína brasileira.
Fonte: Assessoria de Imprensa da ABIPECS
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