Publicado em: 18/09/2013 às 13:40hs
Aproveitando a fase de incertezas no mercado de cacau, principalmente na Bahia - o maior produtor de cacau do País, mas que, ainda enfrenta problemas com a vassoura de bruxa, e tem tido sua produção estagnada, - e também o crescente consumo de chocolate por brasileiros, que buscam agora um chocolate Premium, com alto teor de cacau, o Pará desponta planejando se tornar o grande produtor nacional do fruto.
A meta do Estado é dobrar a produção até o ano de 2022 e alcançar por ano 230 mil toneladas. Na safra atual, de acordo com o levantamento da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) do Pará, a produção, alcancará níveis acima de 88 mil toneladas de amêndoas, atrás ainda da Bahia, com 130 mil toneladas. O plano é ambicioso, mas segundo a Secretaria de Agricultura do Estado, a intenção é ajudar o Brasil a se tornar autossuficiente na matéria-prima do chocolate.
O plano foi apresentado no Fórum do Cacau, realizado durante o I Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Amazônia e Flor Pará 2013, que contou no primeiro painel com a participação de Antônio Zugaib (Ceplac), Guilherme Moura (Câmara Setorial Nacional do Cacau), Adilson Reis (Mercado do Cacau) e Rodrigo Mello (Cargill). O técnico da Ceplac e palestrante, Fernando Mendes traçou um perfil do avanço nos últimos 40 anos. Mostrando que em 1970, a produção de cacau no Pará era de 1.500 toneladas e que, em 2013, a previsão é de que a safra alcance produtividade média de 850 quilos por hectare, maior do que a média nacional. “No município de Medicilândia, essa produtividade já ultrapassou 3.500 quilos por hectare”, comemorou.
Ao citar os desafios, o técnico enumerou alguns pontos que considera fundamentais para os avanços do setor, entre eles, o aumento da escala de produção, melhoria da qualidade, atrair o segmento industrial, crescimento da participação no mercado e mais atenção da classe política. Salientando que, desde outubro de 2012 a cultura foi impulsionada com o Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura, lançado pelo governo do Estado em parceria com a Ceplac, onde foram distribuídos 18 milhões de sementes para intensificar a produção.
Cerca de R$ 2 milhões anuais do Fundo de Apoio à Cacauicultura Paraense (Funcacau) têm garantido a instalação de campos experimentais e pesquisas de manejo. Os produtores estão sendo capacitados em sistemas agroflorestais, afim de, melhorar a qualidade da amêndoa e manter a produtividade crescente. E como o clima e o solo são favoráveis ao cultivo do cacau no estado, a cultura se torna uma alternativa agrícola rural sustentável.
Atualmente, há cerca de 15 mil produtores no Estado, que geram cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos. Mas a cultura do cacau paraense é baseado na agricultura familiar, que em pequenas propriedades (em média dez hectares), alcançam uma renda anual de até R$ 35 mil. A Ceplac e o governo estimam que 1,5 mil novos produtores recebam incentivos até o final deste ano. A expectativa é de que o Pará consiga suprir em até cinco anos a matéria-prima que hoje é importada de países como Gana, Costa do Marfim e Indonésia.
Fonte: Mercado do Cacau
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