Publicado em: 10/03/2025 às 13:00hs
A Marfrig (B3:MRFG3 e ADR Nível 1: MRRTY), uma das principais produtoras globais de proteína animal e líder mundial na fabricação de hambúrgueres, divulgou os resultados financeiros do quarto trimestre e do ano de 2024. O balanço consolidado inclui informações contábeis e financeiras das operações na América do Sul, da National Beef na América do Norte e da BRF. Os números reforçam o sucesso da estratégia de diversificação geográfica e de portfólio, além do foco na eficiência operacional e na oferta de produtos de alto valor agregado.
No acumulado de 2024, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 2,8 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 1,5 bilhão em 2023. A receita líquida consolidada atingiu R$ 144,2 bilhões, um crescimento de 14% em relação ao ano anterior. O EBITDA ajustado consolidado somou R$ 13,6 bilhões, alta de 59,5%, com margem de 9,5%.
No quarto trimestre, o lucro líquido foi de R$ 2,57 bilhões, um aumento expressivo de 2.172% em comparação ao mesmo período de 2023. Esse resultado reflete o aumento da eficiência operacional e os ganhos de capital com a venda de ativos na América do Sul. A receita líquida trimestral cresceu 22,1%, totalizando R$ 41,3 bilhões, enquanto o EBITDA ajustado alcançou R$ 3,7 bilhões, um crescimento de 37,1% na mesma comparação. A margem EBITDA ajustada ficou em 9,1%. O fluxo de caixa operacional foi positivo em R$ 4,37 bilhões, e o fluxo de caixa livre somou R$ 1,59 bilhão.
A proteína bovina representou 58% da receita líquida consolidada entre outubro e dezembro, englobando as operações da Marfrig na América do Sul e da National Beef na América do Norte. Os demais 42% foram provenientes da venda de produtos de proteína de aves e suínos, segmentos nos quais a BRF se destaca globalmente. No trimestre, a BRF registrou receita líquida de R$ 17,46 bilhões, com EBITDA ajustado de R$ 2,8 bilhões, um aumento superior a 50%, e margem de 16%.
A disciplina financeira da Marfrig também avançou significativamente. A alavancagem consolidada, medida pela relação entre dívida líquida e EBITDA ajustado, foi reduzida para 2,8 vezes em reais no fim de dezembro, ante 3,0 vezes no terceiro trimestre. Essa foi a sétima queda trimestral consecutiva. Em dólares, a alavancagem caiu para 2,47x, contra 3,87x no quarto trimestre de 2023.
A empresa concluiu, em 28 de outubro, a venda de 13 ativos no Brasil, Argentina e Chile, gerando R$ 5,7 bilhões. Somados aos R$ 1,5 bilhão recebidos no fechamento do contrato, o montante totalizou mais de R$ 7,2 bilhões, recursos direcionados à redução da alavancagem e ao pagamento de dívidas, que somaram quase R$ 5 bilhões.
Os resultados positivos refletiram em ganhos para os investidores. Em dezembro, a Marfrig distribuiu R$ 2,5 bilhões em dividendos e R$ 1,1 bilhão em juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas da BRF. As ações da empresa figuraram entre as de melhor desempenho no Ibovespa em 2024.
A região da América do Sul foi fundamental para os bons resultados do trimestre e do ano. Entre outubro e dezembro, a receita líquida da operação na região cresceu 18,9%, alcançando R$ 5,1 bilhões. O EBITDA ajustado foi de R$ 660 milhões, alta de 25,1%, com margem de 12,8%. No acumulado do ano, o EBITDA da unidade somou R$ 1,8 bilhão, crescimento de 12,3%, com margem de 11,2%.
Apesar da alienação de plantas no Brasil e na Argentina, o volume de vendas subiu 25,1%, atingindo 241 mil toneladas, impulsionado pelo aumento na capacidade de abate e pela otimização dos complexos industriais. As exportações responderam por 51% das receitas da unidade, com China e Hong Kong como principais destinos (52%).
A empresa também conquistou 35 novas habilitações para exportação na América do Sul, incluindo autorizações para os Estados Unidos, China e Israel.
A operação da Marfrig na América do Norte manteve um desempenho superior ao da indústria, sustentado por parcerias estratégicas para fornecimento de matéria-prima e oferta de produtos de maior valor agregado. A receita líquida anual alcançou US$ 12,37 bilhões, um aumento de 3,5%, com volume de vendas de 1,98 milhão de toneladas, ligeira alta de 0,1%. A margem EBITDA ajustada foi de 11%.
No quarto trimestre, a unidade reportou receita de US$ 3,19 bilhões, crescimento de 4,8%, impulsionado pelo aumento de 0,8% no volume de vendas e pelo incremento de 3,97% no preço médio. A margem EBITDA ajustada foi de 1,9%.
A Marfrig reafirmou sua posição de liderança no setor ao ser reconhecida nos principais rankings de sustentabilidade ligados à agenda ESG. A companhia foi a mais bem avaliada de seu segmento na FAIRR Initiative, uma rede global sediada em Londres que analisa riscos e oportunidades ESG no setor de proteína animal e laticínios. Além disso, pela primeira vez, a empresa alcançou a nota máxima (A) em todas as categorias da lista de transparência ambiental do CDP (Carbon Disclosure Project): Mudanças Climáticas, Segurança Hídrica e Florestas.
Ao longo de 2024, a Marfrig avançou em sua meta de rastrear 100% da cadeia de fornecimento em todos os biomas brasileiros até o final de 2025. Até dezembro, além de monitorar todos os fornecedores diretos via satélite, a companhia conseguiu rastrear 88,8% dos fornecedores indiretos na Amazônia e 79,6% no Cerrado, reforçando seu compromisso com a sustentabilidade e a transparência na origem de seus produtos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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