O encontro foi na Fundação Rio Verde e reuniu, também, o presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro.

Quatro propostas foram apontadas como principais. "A primeira é o cadastramento dos armazéns gerais para o recebimento de milho. A Conab tem tido algumas restrições, não querendo cadastrar armazéns e sim só com certificação de cada armazém e isso tem uma série de problemas. Para se ter uma ideia, em Lucas só teriam dois armazéns certificados", pontuou o presidente do Sindicato Rural, Júlio Simpack.

"A segunda pauta é que o governo faça realmente o contrato que já sinalizou de 4 milhões de toneladas, desde que seja de forma rápida para os preços não se achatarem ainda mais", reforçou Júlio.  A terceira reivindicação é a realização de contratos prêmios de no mínimo 6 milhões de toneladas do grão. "Prepo e Prepri, que são prêmios de exportação e para o mercado interno. Isso ajudaria transferir o milho dessa região produtora para uma região que necessita, por exemplo, o nordeste ou própria região Sul que poderia exportar e nosso milho atender o mercado interno", reforçou o presidente.

A última cobrança está relacionada aos empréstimos do governo federal. "Os Estados que não forem atendidos nas duas opções anteriores, que [os grãos] ficam na armazenagem, que o produtor possa ter recursos do governo federal para manter esse produto até mais para frente, com juros menores, para que possamos segurar esses estoques mais para frente e depois transformar em aquisição do governo", finalizou.

De acordo com o presidente da Aprosoja, a entidade buscará solução para as demandas apontadas pelos produtores luverdenses. "A Aprosoja vai tratar da viabilidade econômica dos produtores de milho, e esse que é o maior produtor de milho safrinha do Estado não pode ficar refém do mercado em uma situação como esta", destacou. "Vamos conversar com as bases, escolher a melhor pauta, aquela que atende os produtores e vamos mobilizar politicamente para minimizar os graves problemas que a safra de milho do estado", reforçou.

Fávaro destacou que os problemas ainda "são do bem, problema de super safra, problema de ganhar espaço no mercado internacional, o Brasil graças a esse incremento da segunda safra vem se tornando um exportador de soja consolidado no mercado internacional, apesar da nossa falta de infraestrutura e logística".

Ele ainda pontuou que enquanto o governo não fizer as obras de infraestrutura necessárias que garantirão competitividade aos produtores "ele precisa ter política pública que garanta o escoamento da produção do Centro-Oeste brasileiro seja para o mercado interno, seja para exportação", finalizou.