Publicado em: 23/02/2012 às 13:00hs
Para o atual período, o relatório projeta que o Rio Grande do Sul deve colher de 7,6 a 7,8 milhões de toneladas de arroz em casca a partir de uma área semeada de 1,05 milhão de hectare e uma produtividade média projetada entre 7.300 e 7500 kg/ha.
Em relação ao próximo ano comercial, que inicia em março de 2012 e vai até fevereiro de 2013, o diretor comercial do IRGA, Rubens Silveira, destaca que há possibilidade de uma menor pressão sobre os preços do arroz em casca, em virtude da menor oferta nacional e do Mercosul como um todo. Todavia, uma apreciação mais favorável em médio e longo prazo ainda irá depender da interação de outras variáveis, como o câmbio, e do vislumbre da resolução de algumas dificuldades estruturais enfrentadas pela cadeia orizícola.
Os dados retrospectivos apontam o recorde de área plantada na safra passada que chegou a 1,2 milhão de hectares, com produtividade média de 7.675 kg/ha de área colhida, os quais proporcionaram a colheita de 8,9 milhões de toneladas de arroz em casca, considerada a maior produção de arroz da história do estado. No entanto, os excelentes resultados do lado da produção não foram acompanhados na comercialização, posto que os preços médios do arroz em casca, mensurados pelo Cepea, ficaram em torno de R$ 22,35 por saca de 50 kg, bem abaixo do preço mínimo de R$ 25,80 e dos preços obtidos entre 2008 e 2010. No entanto, a partir da implantação de mecanismos de escoamento do arroz, os preços reagiram, chegando a uma média de R$ 26 a saca. Os preços se recuperaram a partir de outubro de 2011, na maioria das regiões do Estado, mantendo-se firmes até o final de janeiro deste ano, apontou o presidente do Irga, Claudio Pereira.
De forma a amenizar os problemas decorrentes do excesso de oferta, o Governo Federal realizou um forte aporte de recursos desde janeiro de 2011, antes mesmo do início da comercialização da safra, lançando mão de diversos mecanismos. Juntos, estes mecanismos proporcionaram a movimentação de mais de 3,2 milhões de toneladas de arroz em casca, somando mais de R$ 1 bilhão de reais em termos de recursos financeiros. Ademais, houve prorrogação de empréstimos e dívidas de custeio para que os produtores pudessem fazer frente às dificuldades sem necessitar de caixa imediato para quitar as dívidas contraídas. É preciso destacar os esforços conjuntos dos governos federal e estadual para conter a queda do valor de comercialização do arroz abaixo do preço mínimo em 2011 e para potencializar a diversificação da renda do produtor, com políticas públicas de pesquisa e incentivo às novas tecnologias, disse o presidente do IRGA. O Governo Estadual estruturou diversas forças tarefas, com o objetivo de consolidar planos estratégicos, visando o longo prazo, para evitar a ocorrência de novas crises como a ocorrida em 2011.
A Diretoria Comercial também destacou alguns pontos positivos como a implantação de mecanismos para escoamento de arroz do mercado. Nos 10 primeiros meses do ano comercial 2011/12, que vai de março de 2011 a fevereiro de 2012, o Brasil exportou, aproximadamente, 1,8 milhão de toneladas de arroz (base casca), conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A marca, além de ser um recorde histórico, vai ao encontro de um antigo objetivo da cadeia orizícola gaúcha: exportar pelo menos 10% da safra de arroz por ano.
Fonte: Assessoria de Comunicação IRGA
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