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Fumicultores buscam reajuste para o tabaco

As entidades representativas dos produtores de tabaco reiniciaram ontem os contatos com as indústrias fumageiras para buscar um acordo sobre o preço que deverá ser pago pela safra 2012/2013


Publicado em: 10/01/2013 às 14:30hs

Fumicultores buscam reajuste para o tabaco

Na última reunião sobre o tema, em dezembro, os fumicultores solicitaram um reajuste de 8,25% no valor do fumo do tipo Virgínia, que é plantado em 85% das lavouras dos três estados do Sul do País. No entanto, as empresas ofereceram propostas de elevação entre 6% e 7%.

Mesmo sem a definição do reajuste acertada, alguns produtores já iniciaram a venda do tabaco, especialmente no Sul de Santa Catarina, onde 20% da safra já foi comercializada. Já no Rio Grande do Sul, apenas 1% do fumo foi vendido, conforme Benício Albano Werner, presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Segundo o dirigente, a venda sem a oficialização do acordo não chega a prejudicar os produtores, uma vez que, após a definição dos novos valores, as empresas efetuam o pagamento retroativo da diferença. No entanto, como a comercialização geralmente ganha mais força a partir de março, a maior parte da safra deve ser negociada já com o reajuste.

Werner espera que, até o final desta semana, possa ser agendada uma nova reunião para discutir o reajuste. No entanto, o dirigente alerta que os produtores não irão aceitar propostas que não cubram os aumentos do custo de produção e não garantam rentabilidade. "Não aceitaremos uma margem de lucro que seja inferior a 10%." Além do preço da nova safra, os produtores também querem debater outras questões no novo encontro a ser marcado.

De acordo com o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, fará parte da pauta de reivindicações do setor a revisão dos valores das subclasses do fumo. "O tabaco tipo 3, por exemplo, por ser mais inferior, há tempo vem se distanciando muito do preço das classificações principais, e precisa de uma reaproximada", afirma. Outra proposta que deve ser apresentada é a participação dos fumicultores na avaliação dos custos de produção realizada pelas indústrias.

No Rio Grande do Sul, estimativas da Afubra apontam que a colheita de fumo deverá alcançar 327.210 toneladas, uma queda de 5,33% em relação à safra 2011/2012, que foi de 345.640 toneladas. A redução acontece mesmo com o aumento da área plantada, que passou de 156.430 hectares para 158.010 hectares. Conforme Werner, a menor produtividade deve-se a fenômenos climáticos, como granizo, que prejudicaram o desenvolvimento de várias lavouras. No entanto, devido à melhoria nas condições do tempo nos últimos meses, a diminuição na produção pode ser menor que a esperada, chegando a uma queda de apenas 3%, com a safra chegando a 335 mil toneladas.

Apesar do volume menor, a nova safra também deverá ter uma melhor qualidade do produto, o que deve beneficiar o rendimento dos fumicultores. "Quem plantou fumo deverá ter uma receita igual ou superior à do ano passado, mesmo produzindo menos", aponta o presidente da Afubra. A colheita deve encerrar-se em torno de 20 de janeiro, nas regiões baixas do Vale do Rio Pardo, e até 20 de fevereiro nas demais áreas produtoras do Estado.

Fonte: Jornal do Comércio

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