A Rio+20, programada para junho, deve propiciar um especial momento de discussão sobre modelos de desenvolvimento nacional e global. O desafio do desenvolvimento sustentável vai além da dimensão ambiental, incorporando variáveis de ordem econômica e social. De forma resumida, esse é o entendimento que Fernando Antonio Lyrio Silva, assessor extraordinário para a Rio+20 do Ministério do Meio Ambiente, pretende apresentar no Fórum “Despertar para a Rio+20”, que será promovido pela ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio nesta quinta-feira, dia 9, em São Paulo.

Além de Lyrio Silva, que foi chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério do Meio Ambiente de 2003 a 2011, o Fórum ABAG reunirá ainda diversos especialistas governamentais ligados aos ministérios de Relações Exteriores e da Agricultura, e que estão diretamente envolvidos com a preparação do encontro no Rio, que celebra os 20 anos da Rio 1992, a conferência que resultou em diversos documentos importantes que norteiam as políticas ambientais do mundo até hoje. Também participarão do Fórum ABAG o embaixador André Correa do Lago, chefe do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores e Erikson Camargo Chandoha, secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Todos os participantes do Fórum ABAG estão envolvidos diretamente com a preparação da Rio +20 e possuem longa experiência no tema ambiental. O embaixador André Corrêa do Lago, por exemplo, foi o chefe da delegação brasileira durante a 16ª Cúpula da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP17), realizada em dezembro, em Durban, na África do Sul. O embaixador tem dito, em diversas entrevistas à imprensa, que a Rio+20 tende a ceder espaço a processos, com missões de longo prazo em vez de mecanismos legais firmados de última hora. Ele sustenta que a conferência abrirá enormes oportunidades econômicas para o Brasil.

O outro palestrante do evento promovido pela ABAG, o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Erikson Camargo Chandoha, possui ampla experiência na área agrícola, foi inclusive secretário de Agricultura do Paraná, e tem sob sua responsabilidade a tarefa de incentivar o uso de práticas sustentáveis nas lavouras brasileiras. O propósito do encontro dos especialistas com as lideranças empresariais do agronegócio brasileiro é antecipar como será encaminhará a discussão em relação a um dos temas centrais da Rio+20, que é o do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza. “O Fórum da Abag tem como objetivo apresentar nossas preocupações sobre o tema, os pontos positivos do setor e de que forma podemos contribuir para a agenda da conferência”, diz Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag.

Para Carvalho, se a Rio92 despertou a visão da sustentabilidade, a Rio+20 é um novo despertar, com a vinculação de inseguranças, alimentar e energética, rondando muitos países. “O agronegócio tem um peso muito expressivo nesse cenário econômico–social e as tendências da economia verde”, conclui. No entender do assessor extraordinário para a Rio+20 do Ministério do Meio Ambiente, Fernando Antonio Lyrio Silva, eventos como o Fórum ABAG proporcionam uma oportunidade especial para, “independentemente do resultado do processo internacional da conferência, constituir um legado para a sociedade brasileira em termos das opções e escolhas que esse debate enseja”.

O Fórum Abag também contará com uma participação virtual especial. O professor José Goldemberg, uma das maiores autoridades brasileiras em energia, gravou um vídeo com suas opiniões e análises sobre as perspectivas da Rio+20. Nela, ele faz um comparativo entre as decisões tomadas durante a conferência de 1992 e as possibilidade concretas da Rio+20.