Publicado em: 22/03/2013 às 12:50hs
“No ano passado a Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab) realizou uma pesquisa de estoques privados na qual o questionário apenas solicitava a posição de estoque em 28 de fevereiro para as empresas. Nesta data, cerca de 600 mil toneladas já haviam sido colhidas no Sul do Brasil e foram computadas como estoque de passagem 2011/12, quando na verdade deveriam ser computadas apenas para 2012/13”, informa Daire Coutinho, vice-presidente da Federarroz.
Segundo ele, a Conab admitiu que houve falha em não recomendar às empresas privadas que desconsiderassem no questionário sobre a posição dos estoques, o arroz colhido na safra 2011/12, fato que foi corrigido agora, na safra 2012/13, depois de um alerta da federação gaúcha. “Diante disso, vamos solicitar que haja uma correção deste estoque de oferta e demanda de 1,6 milhão de toneladas, que pode não corresponder à realidade e ser significativamente menor”, frisou Daire Coutinho.
Este pode ser o fio da meada para explicar, segundo o presidente da Federarroz, Renato Rocha, a razão pela qual o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês) projeta para o Brasil, em oito de março de 2013, um estoque abaixo de um milhão de toneladas. “Desde maio de 2012 quando a Conab fez uma correção no Quadro de Oferta e Demanda, baseado em uma pesquisa de estoques realizada em fevereiro de 2012, os números enlouqueceram”, afirma. Acontece que a pesquisa, assim como a que é realizada em 2013, trazia problemas no seu formato. Os questionários sobre os estoques existentes no dia 28/02, não traziam advertência de que deviam ser desconsiderados os volumes colhidos da safra em andamento. Isso aconteceu em 2012, e novamente vinha acontecendo na pesquisa de 2013.
“Como em 2012, como agora em 2013, uma parcela da nova safra já havia sido colhida no estado, os números apurados sofreram distorções”, acrescenta. Segundo apurou a Federarroz, diante destes fatos, a Conab adiou a entrega dos relatórios e informou que a contagem dos estoques privados não deveria considerar os grãos colhidos na presente safra. “Isso não corrige as informações da safra passada, e também gera dúvidas na informação dos relatórios agora enviados. Tal situação deveria ser corrigida com uma nova redação nos questionários enviados, só assim teremos informação adequada sobre dados tão importantes na formação dos preços”, explica Daire Coutinho.
A Federarroz entende que esta falha pode comprometer a credibilidade do setor sobre os números oficiais da Conab. “Na verdade, ninguém sabe quanto de arroz há armazenado no Brasil. Apenas sabemos que é bem menos do que o divulgado pela Conab, por causa da comprovação da falha nos questionários”, considera Renato Rocha. Ele acredita que a Conab está na obrigação de ajustar seus números após a nova avaliação de estoques, em maio. E para baixo.
Fonte: Federarroz
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