Publicado em: 09/02/2024 às 17:30hs
O 1º vice-presidente de secretaria da Faesc Enori Barbieri orienta os produtores para que avaliem se o resultado econômico das safras de milho e soja será suficiente para a cobertura dos custos e do pagamento dos financiamentos. Na hipótese de as receitas não cobrirem gastos e custos, a Faesc sugere ao produtor duas providências. Uma medida é contratar um profissional para elaborar um laudo técnico das perdas para ser apresentado, oportunamente, aos Bancos na hora de reivindicar a prorrogação de financiamentos. Outra iniciativa é solicitar a autoridade municipal para baixar decreto de calamidade econômica, criando condições jurídicas para embasar as reivindicações.
Todas os diagnósticos apontam para um ano difícil para a agricultura brasileira nesse momento de intempéries climáticas e preços achatados. “A saca de soja que já valeu R$ 204,00 no mercado, está sendo negociada abaixo de R$ 100,00. A saca de milho caiu de R$ 100,00 para R$ 50, 00”, exemplifica o dirigente. Em Santa Catarina, a safra de verão terá quebra entre 15% e 20%.
Barbieri aponta que os efeitos do El Niño, aliado às questões mercadológicas, como redução nos preços de diversos produtos agropecuários, geraram considerável instabilidade aos produtores brasileiros e muitos enfrentam obstáculos para cumprir com os compromissos financeiros previamente contratados.
Em face desse quadro de dificuldades que se avizinha, a Faesc e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estão defendendo medidas de apoio aos produtores rurais impactados pelas adversidades climáticas na safra 2023/2024. Em documento entregue ao Ministério da Agricultura na semana passada, a CNA apresenta propostas para minimizar os prejuízos causados pela intensificação da seca e ocorrência de chuvas excessivas, em virtude do fenômeno El Niño, que resultaram em danos substanciais às plantações e rebanhos em várias regiões do país. As sugestões de medidas incluem seis grandes propostas, divididas em dois temas: crédito rural e comercialização. O material foi elaborado em conjunto com as Federações de Agricultura Estaduais. Os efeitos do El Niño serão sentidos até o início do outono e há possibilidade de quebra de safra na produção de soja e milho em algumas regiões, o que tem gerado preocupação aos produtores rurais.
A Faesc e a Confederação solicitam a prorrogação de operações vigentes em um período mínimo de 12 meses, mantendo as condições inicialmente acordadas, incluindo as taxas e encargos, além de simplificar os formulários de comprovação de perdas. Também propõe a renegociação de operações de crédito vencidas, que não puderam ser liquidadas devido às condições climáticas adversas. Ainda, foi solicitado que os formulários de comprovação de perdas sejam simplificados, dada a urgência do pleito. As entidades esperam que, no próximo plano safra, o Seguro Rural seja reforçado e conte com dispositivos de assistência em casos de catástrofes.
Outra proposta é a antecipação das linhas de pré-custeio, com condições especiais de taxas e prazos. A medida vai ajudar a reduzir os riscos associados à atividade agrícola, possibilitando a recuperação da capacidade produtiva e proporcionando um alívio financeiro para as propriedades rurais. Também foi sugerida a implementação de instrumentos de apoio à comercialização, a fim de reduzir as flutuações na renda dos produtores rurais, garantindo uma remuneração mínima e o acesso a itens essenciais para a produção, por meio de vendas diretas.
Outras reivindicações: atualização dos preços mínimos; a oferta dos Prêmios Equalizador Pago ao Produtor (PEPRO) e para o Escoamento do Produto (PEP); a continuidade das Aquisições do Governo Federal (AGF); o fortalecimento do Programa de Venda em Balcão com melhores condições e a ampliação do Programa de Garantia de Preço para a Agricultura Familiar (PGPAF).
Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional
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