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Encontro discute convivência da pecuária com a agricultura

O presidente de Sistema Farsul, Carlos Sperotto, falou sobre a convivência da agricultura com a pecuária, durante seu pronunciamento


Publicado em: 31/10/2012 às 18:20hs

Encontro discute convivência da pecuária com a agricultura

A Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul – FARSUL, juntamente com o SENAR/RS, realizou, hoje, 30 de outubro, a 41ª etapa do Fórum Permanente do Agronegócio, com o tema “O Rio Grande discute: de onde virão os terneiros?”.

Neste evento, técnicos puderam discutir o que viram e ouviram no Dia de Campo, realizado ontem, em 4 municípios da região: no Rancho Santa Zelina, de Jorge Alberto Abreu de Oliveira e filhos, em Julio de Castilhos; Estância Santa Alice, de Armando Ribas e Filhos, de Santa Maria; Fazenda Cinamomo-Agropecuária Severo, da família Xavier, e Parceria Schroeder, ambas de São Sepé.

O chefe da Divisão Técnica do SENAR-RS, João Augusto Telles, disse que a tecnologia apresentada nos dias de campo confirma que a integração lavoura e pecuária, com manejo adequado, é saída para que os produtores rurais aumentem os índices de produtividade de seus rebanhos. Ele destacou ainda, como o ponto forte do dia, a grande presença nos dias de campo. “Nem mesmo a chuva espantou os interessados em conferir o sistema de produção. Foram mais de 50 produtores, em cada propriedade, o que demonstra a importância do assunto”.

A 41ª Etapa do Fórum Permanente do Agonegócio iniciou esta manhã no auditório do Park Hotel Morotin, em Santa Maria, com um público superior a 800 pessoas. O superintendente do SENAR-RS, Gilmar Tietböhl, abriu os trabalhos falando sobre o tema do encontro e dos seus objetivos: “Nessa oportunidade, estamos trazendo estudiosos e técnicos no assunto de bovinocultura de corte para discutir qual a melhor forma de alcançar a excelência para competir com outros mercados sem precisar brigar por espaços com a nossa própria agricultura, mantendo renda e qualidade de vida na produção pecuária”, argumentando sobre a pergunta do evento “De onde virão os terneiros?”

Na cerimônia de abertura também participaram o gerente de agronegócio do Sebrae, João Paulo Kessler; o chefe da divisão técnica do Senar, João Telles, e o professor da UFRGS, José Fernando Lobato; representando as entidades organizadoras do evento. Logo após, a zootecnista e professora Luciana Potter falou sobre a estrutura do rebanho gaúcho, apresentando um histórico de estudos feitos de 1979 até hoje sobre o desempenho bovino e o aumento de produção de terneiros. Segundo ela, os terneiros virão do bom manejo das novilhas, dos cuidados com o pré-acasalamento e da suplementação dos animais.

Na sequência, o professor do departamento de solos da UFSM, Ricardo Dalmolin, e o técnico da Emater, Cláudio Ribeiro, falaram sobre a realidade dos solos e possibilidades de melhoria das pastagens para o rebanho, além do perfil do agropecuarista familiar, que representa 30% dos pecuaristas gaúchos e são de fundamental importância para a sobrevivência da pecuária do estado.

O convidado especial do evento e doutor em genética pela Universidade do Texas, professor David Riley, despertou o interesse dos participantes sobre os investimentos genéticos daquela região americana a partir de técnicas como o vigor híbrido, que busca obter um melhoramento genético rápido, reunindo em um só animal as boas características de duas ou mais raças.

A manhã terminou com o debate entre os palestrantes e a interação destes com o público por meio de perguntas.

Na abertura do 2º painel, à tarde, o presidente do Sistema FARSUL, Carlos Sperotto, disse que o RS tem ambiente para convivência da agricultura e da pecuária, sem competição entre as duas atividades que podem ser complementares. “Decidimos fazer este evento para discutir a melhor forma de manter a produção de terneiros no Estado que se transformou no celeiro de terneiros de qualidade. Para isso, trouxemos palestrantes de altíssima qualidade que mostraram que o gado não precisa de espaço, precisa de alimentação e investimentos na genética e nos cruzamentos. A remuneração do mercado é uma preocupação futura”, ressaltou Sperotto.

Sperotto disse que o crescimento da soja em áreas tradicionalmente destinadas à pecuária e ao arroz não significa que o produtor está cheio de dinheiro no bolso, porque houve quebra de quase metade da lavoura na última safra devido à seca e o produtor não tinha grão para vender. “A maior dívida está na agricultura. A pecuária tem dado conta sozinha. Nos dois últimos anos foi praticado o melhor preço na pecuária do RS”, destacou Sperotto.

Fonte: Federação da Agricultura e Pecuária de Rio Grande do Sul - FARSUL

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