Publicado em: 23/12/2020 às 16:00hs
É nessa região que está sediada a Cooperativa Agro Industrial Holambra — cuja receita deverá somar R$ 1,2 bilhão em 2020, alta de 25% ante 2019, e o lucro tende a alcançar R$ 35 milhões. Já em 2021, a meta é crescer 30%, com expansão de área e investimentos de R$ 48 milhões.
As características da cooperativa, fundada por imigrantes holandeses há 60 anos, são peculiares. Dos 150 produtores que a constituem, 90% irrigam as lavouras com pivôs centrais para driblar o clima seco. Assim, sua produtividade média na soja foi de 80 sacas na última temporada, ante 58,7 sacas da média nacional em sequeiro. No algodão, chegou a 155 arrobas por hectare de pluma, contra 116,3 da média brasileira, entre sequeiro e irrigado.
Sob o comando de Shandrus Hohne de Carvalho, presidente executivo desde junho, egresso das multinacionais Bosch e FMC, o plano agora é investir para atrair novos produtores num raio de 120 quilômetros da cooperativa, aumentar a capacidade de beneficiamento de grãos, agregar valor à produção e ter novos serviços, focados em aumento de produtividade e melhoria da gestão das fazendas.
Ele conta que a área de atuação dos cooperados é de 62 mil hectares, mas que a comercialização de insumos e captação de até 10% da produção de outras fazendas abrange mais 88 mil hectares, sendo parte da estratégia de expansão trazer esses produtores para dentro. Assim, Hohne de Carvalho projeta que a área total de influência da cooperativa, atualmente em 150 mil hectares, poderá dobrar em cinco anos.
“O algodão é uma das nossas grandes apostas. Já tivemos 20 mil hectares, e agora são 6 mil”, diz ele, que espera uma recuperação da cultura, ainda mais porque a cooperativa detém duas algodoeiras para beneficiamento e produz pluma com padrão de exportação.
Em 2020, os produtores da cooperativa de Holambra venderam 4,5 milhões de caixas de laranja à indústria e entregaram 235,2 mil toneladas de soja, 89 mil de milho, 72,9 mil de trigo, 47,4 mil de sorgo e 6 mil de cevada nas unidades da cooperativa. Localizadas nos municípios paulistas de Paranapanema, Itaberá, Avaré, Itapeva e Taquarivaí, essas unidades absorveram investimentos de R$ 62,8 milhões nos últimos três anos.
O próximo passo será incluir entre os ativos uma sétima unidade, com a reforma de um complexo arrendado em São Manuel (SP), região de Lençóis Paulista (SP), já pronta para absorver um aporte de R$ 10 milhões — dos R$ 48 milhões previstos para 2021. O complexo conta com uma fábrica de ração para bovinos e aves e uma unidade de grãos com capacidade estática de armazenar 9 mil toneladas.
“No primeiro ano, esse complexo, sozinho, deve adicionar R$ 50 milhões ao nosso faturamento e, no ano seguinte, R$ 100 milhões”, diz Hohne de Carvalho. A expectativa é que a fábrica de ração gere ingressos anuais de R$ 30 milhões e que o restante venha do crescimento da originação de grãos e da venda de insumos junto a novos associados. Os outros R$ 38 milhões em investimentos, do orçamento do ano que vem, serão direcionados à reforma de armazéns e a adequações para aumento da recepção de grãos.