Gestão

Balanço semanal CNC - 13 a 17/08/2012

Governo confirma que liberará mais recursos do Funcafé para estocagem da safra 2012 e agentes financeiros privados devem acompanhar o movimento


Publicado em: 20/08/2012 às 08:30hs

Balanço semanal CNC -  13 a 17/08/2012

Liberações, até o momento, possibilitaram armazenamento de 4 milhões de sacas e a nova verba permitirá que outras 4 milhões sejam estocadas.

MAIS RECURSOS PARA ESTOCAGEM
— Nesta semana, o diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Edilson Alcântara, confirmou que está preparado voto agrícola para a próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no dia 30 de agosto, que deverá aprovar a liberação de mais R$ 600 milhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a linha de estocagem da safra 2012.

Este anúncio reafirma o compromisso do Governo Federal com a cafeicultura brasileira — em especial do ministro Mendes Ribeiro, dos secretários Executivo, José Carlos Vaz, e de Produção e Agroenergia, Gerardo Fontelles, e do diretor Alcântara —, haja vista que o emprego dessa verba adicional vem ao encontro da deliberação consensual do setor tomada na 63ª Reunião Ordinária do CDPC (saiba mais: http://www.cncafe.com.br/site/capa.asp?id=14419&t=1&counter=1).

Além disso, através de contato feito com os demais agentes financeiros, soubemos do interesse que tem em empregar mais recursos para a linha de estocagem de café, valor que pode chegar a R$ 1,2 bilhão, sendo originário dos Recursos Obrigatórios (RO). Assim, o setor terá mais R$ 1,8 bilhão para a estocagem da safra 2012, valores que o CNC acredita que poderão possibilitar a armazenagem de aproximadamente 4 milhões de sacas.

Até o momento, as liberações do Funcafé aos agentes financeiros permitiram a armazenagem de 2 milhões de sacas. Somado a isso, temos os recursos empregados pelo Banco do Brasil, que possibilitaram que 1 milhão de sacas fossem estocadas, e dos demais agentes, que também foram suficientes para a armazenagem de 1 milhão de sacas. Ou seja, 4 milhões de sacas de cafés com elevada qualidade já se encontram armazenadas e outras 4 milhões poderão ser, cumprindo nosso objetivo de ordenar as vendas (a meta traçada junto ao Governo Federal é estocar 12 milhões de sacas até o fim do ano), não pressionar o volátil mercado e fazer com o que produtor consiga cotações rentáveis ao aproveitar os momentos de alta nas oscilações dos preços.

COLHEITA E QUALIDADE — A recente melhora do clima no cinturão cafeeiro acelerou os trabalhos de colheita e, consequentemente, aumentou a entrada do grão nos armazéns das cooperativas, uma vez que os produtores ainda tem receio sobre a incidência de novas chuvas. Algumas previsões meteorológicas indicam para a possibilidade de precipitações em áreas de café já nesta sexta-feira, podendo permanecer até o início da semana que vem.

O reflexo do atraso na colheita e da perda de qualidade na safra atual se reflete na comercialização do produto. Poucos negócios vem sendo realizados e os que foram concretizados se referem a cafés “chuvados”, que não alcançaram a excelência devido às adversidades climáticas ocorridas, mas que, ainda assim, são próprios ao consumo.

Nós, do Conselho Nacional do Café, temos mantido contato com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), sugerindo que, em sua próxima estimativa oficial para a safra brasileira, apure qual o tamanho da perda qualitativa causada pela estiagem no período de granação e maturação dos grãos e pelas chuvas na colheita.

Outro ponto de trava nas negociações é o recuo nos preços da commodity na Bolsa de Nova York, que registrou oito quedas consecutivas até o fechamento de ontem, pressionada muito mais pelos fatores macroeconômicos, que envolvem a incerteza financeira mundial, em especial na União Europeia, do que pelos fundamentais, já que o equilíbrio entre oferta e demanda globais é bem apertado.

Também não podemos esquecer que o Hemisfério Norte está no verão, período em que naturalmente se consome menos a bebida, o que faz com que as indústrias reduzam seus estoques e comprem apenas pontualmente, “da mão para a boca”. O informe estatístico do café do Mapa comprova esse fato ao indicar que a receita com os embarques diminuiu 20% no acumulado de janeiro a julho deste ano, totalizando US$ 3,6 bilhões. No mesmo intervalo de 2011, os rendimentos chegaram a US$ 4,5 bilhões.

ANÁLISE DE MERCADO
— Os contratos futuros cafeeiros negociados na Bolsa de NY acumularam perdas próximas a 5% nesta semana até a manhã de hoje, quando fechamos este informativo. Com sucessivas quedas “no vazio”, ou seja, com pouco volume e ausência de oferta, o mercado segue com raros negócios realizados e preços aquém das expectativas dos produtores, que aguardam uma melhor oportunidade para voltar às vendas.

A ausência das indústrias, em grande parte ainda paradas com as férias de verão e o clima mais quente no Hemisfério Norte, e com a maioria dos produtores brasileiros capitalizados com recursos do Funcafé, a tendência é que o mercado permaneça com poucos negócios durante o mês de agosto.

Neste momento, os cafeicultores estão mais preocupados em acelerar o andamento de suas colheitas a fim de conseguir preservar a qualidade dos grãos que não caíram no solo. O CNC acredita que os trabalhos de cata sejam concluídos na primeira quinzena de setembro. Voltamos a destacar que, nas maiores regiões produtoras de café arábica do País – Minas Gerais e São Paulo –, estima-se que a queda de grãos no chão ultrapasse os 40% do volume da safra.

Desta forma, as exportações brasileiras vêm diminuindo bastante, o que traz como consequência uma redução nos estoques internacionais. Este quadro nos leva a crer que, a partir do último trimestre do ano, as indústrias serão obrigadas a vir com mais vigor para as compras, provocando aumento nos preços, trazendo os produtores de volta para as vendas e devolvendo liquidez ao mercado.

Portanto, mantemos a orientação para que os cafeicultores utilizem os financiamentos de estocagem disponíveis para armazenar os cafés finos e negociem os que tiveram sua excelência em qualidade comprometida, mas que conservaram atributos característicos próprios para o consumo.

Fonte: Conselho Nacional do Café ? Assessoria de Comunicação

◄ Leia outras notícias