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BALANÇO SEMANAL CNC ? 09 a 13/07/2012

Semana marca anúncio do seguro para café do BB e do Time AgroBrasil, que contará com Pelé; Relatório do Código Florestal é aprovado, mas definições ocorrerão apenas em agosto; Fiscalização do Ministério do Trabalho e liberações do Funcafé também são destaque; No mercado, atraso na colheita e perda de qualidade da safra brasileira proporcionam alta


Publicado em: 16/07/2012 às 08:50hs

BALANÇO SEMANAL CNC ? 09 a 13/07/2012

SEGURO CAFÉ DO BB — Nesta semana, tivemos ciência da notícia de que mais uma reivindicação do CNC será atendida. O Banco do Brasil lançará, ainda neste mês, um seguro agrícola destinado ao café. Pelas informações que obtivemos, essa cobertura será dirigida aos produtores que contratarem operações de custeio da plantação, ou seja, aqueles que já tiverem feito esse tipo de financiamento pelo Banco do Brasil. O BB projeta que o seguro garantirá lavouras de café espalhadas por todo território nacional, conforme a existência de zoneamento agrícola nos municípios em que as plantações estão, e que deverá cobrir perdas por trombas d’água, ventos fortes ou frios, além de granizo, geada, excesso de chuva, seca, mudanças drásticas de temperatura, incêndios e até raios. A previsão é segurar entre 50% e 80% da produtividade. O CNC elogia esta feliz iniciativa adotada pelo Banco e que traz segurança ao produtor, especialmente nessa época de incerteza climática que presenciamos.

RESPONSABILIDADE SOCIAL — O Conselho Nacional do Café faz um alerta aos produtores sobre a fiscalização do Ministério do Trabalho em suas propriedades. Em primeiro lugar, colocamos que somos completamente favoráveis à proteção ao trabalhador, de forma que sua segurança é indiscutível para o CNC. Entretanto, a fiscalização vem sendo feita de forma totalmente fora da razoabilidade e do bom senso. Para exemplificar, citamos dois relatados feitos por produtores de cooperativas associadas.

1 – Os fiscais aplicaram multa de elevadíssimo valor a um produtor devido à “falta” de assinatura na Carteira de Trabalho. Ocorre, porém, que a fiscalização exigiu a assinatura nas carteiras antes mesmo que os trabalhadores passassem pelo exame médico admissional. Nesse caso específico, os trabalhadores chegaram à propriedade, arrumaram seus pertences no alojamento, alimentaram-se e foram de ônibus – contratado pelo produtor – para o posto realizar os exames admissionais. No dia seguinte, com os exames feitos, fator obrigatório para a assinatura, todos estavam regularizados, com registro na Carteira de Trabalho. Contudo, os fiscais entenderam que eles haviam trabalhado um dia (o tirado para a realização dos exames) irregularmente e aplicaram a multa. O problema maior é que o relatório final desses fiscais tem “fé pública”, portanto, mesmo com a contestação, as provas e o testemunho dos trabalhadores apresentados, a situação não se reverte e o produtor é penalizado injustamente.

2 – O segundo exemplo é a questão do “horário britânico”. Qualquer agente fiscalizador de bom senso sabe que o horário semanal de labuta dos trabalhadores é de 44 horas. Nesse caso, os trabalhadores assinam o ponto de serviço todos os dias, às 7 horas, o que significa que, dependendo da quantidade de trabalhadores, a ação pode levar alguns minutos, mas quem “perde” é o contratante, pois o trabalhador trabalhará alguns poucos minutos a menos. O que não aceitamos é que a fiscalização determine que cada trabalhador assine em um minuto diferente (6h55, 6h56, 6h57, 6h58, 6h59, etc.) e multe a propriedade que assim não o fizer, caso específico desse exemplo que citamos.

Esses são alguns pontos que gostaríamos de citar para alertar nossos companheiros para não serem multados e, ao mesmo tempo, ao nosso Governo, que, em razão da falta de bom senso nesse sentido, cada vez mais tem reduzido a oportunidade de trabalho na área rural, pois atitudes como as relatadas estimulam os produtores a investir em maquinários, diminuindo as contratações no campo.

Reunião do CDPD/Café — Na próxima quinta-feira (19), será realizada a 19ª Reunião Ordinária do Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Café – CDPD/Café, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Trata-se de uma grande oportunidade, depois de longo período sem o colegiado se concentrar, para sabermos o andamento e voltarmos a discutir programas e projetos/ações de pesquisa e de difusão e transferência de tecnologia. A relevância dessa retomada vem da oportunidade de não deixarmos os resultados de nossas pesquisas nas prateleiras, mas, sim, enviarmos ao campo, que é onde devem ser aplicados. Além disso, é graças ao trabalho desenvolvido por nossas instituições de pesquisa que o Brasil há tempos está na vanguarda da cafeicultura.

O próximo passo que pretendemos, nessa linha, é que sejam desenvolvidas novas variedades cafeeiras com ainda mais produtividade, resistência a pragas, doenças e adversidades climáticas e, o mais importante, reduzindo o custo de produção. Esses fatores unidos permitirão que o café do Brasil alcance seu objetivo de responder por 40% do market share mundial. Participarão da reunião os membros do CDPD/Café, lideranças da cadeia produtiva, representantes do Governo e de forma intensa representantes do CNC, CNA e OCB.

LIBERAÇÕES DO FUNCAFÉ
— Na quarta-feira (11), o Diário Oficial da União trouxe a publicação de contrato firmado entre a Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura (SPAE/Mapa) e mais dois agentes financeiros que ficam credenciados a implementar linhas de crédito com recursos orçamentários do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). São eles: Cooperativa de Crédito em Guaxupé e Região LTDA. - SICOOB AGROCRED (até 43,397 milhões para linhas de estocagem e custeio) e Banco Industrial e Comercial S/A. - BICBANCO (até 37,587 milhões distribuídos nas linhas de estocagem, capital de giro para indústrias de torrefação e de solúvel e FAC). Com esses repasses, o Fundo destinou um total de R$ 1,685 bilhão aos agentes financeiros credenciados até o momento (confira tabela com as liberações do Funcafé em 2012 no final do boletim).

TIME AGROBRASIL
— Na noite de terça-feira (10), em Brasília (DF), acompanhamos o lançamento do “Time AgroBrasil”, campanha idealizada pela CNA e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) que tem Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, como estrela para consolidar a imagem do agronegócio sustentável brasileiro no País e no mundo. Parabenizamos sobremaneira a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, o diretor presidente e o presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, Luiz Eduardo Barreto e Roberto Simões, respectivamente, por esta iniciativa que revela seus empreendedorismo e visão a frente de tão importantes instituições.

A junção do agronegócio com Pelé nada mais é do que a união dos maiores e melhores do mundo em seus setores e, certamente, trará grandes benefícios à agropecuária nacional, como bem destacou a senadora Kátia Abreu. “Precisamos expandir nossos mercados e só iremos conseguir isso mostrando que o alimento brasileiro é confiável e de qualidade. E ninguém como o Pelé, com credibilidade internacional, para mostrar o quanto os nossos produtos são saudáveis e confiáveis. Esperamos que ele, que marcou tantos gols nos campos, ganhando três copas do mundo, possa nos ajudar a marcar os gols que precisamos para mostrar a nossa produção sustentável lá fora”, disse em seu discurso na cerimônia de lançamento da campanha.

PARABÉNS À COCAPEC
— Na quarta-feira (11), a Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec) completou 27 anos de trabalho e de uma história marcada por confiança e dedicação aos associados e à cafeicultura, fazendo valer, em seu mais belo significado, a palavra COOPERATIVISMO. Com mais de 2 mil cooperados, cinco núcleos e 200 colaboradores, a Cocapec é uma das maiores cooperativas do Brasil, sendo referência no setor cafeeiro e na defesa de seus cooperados. Congratulamos a Cocapec por seus 27 anos de uma história maravilhosa, deixando votos para que os anos vindouros sejam marcados pela colheita de todos os investimentos e dedicação semeados até os dias atuais. Parabéns!

CÓDIGO FLORESTAL — A comissão mista que analisa a Medida Provisória 571/2012, que alterou o novo Código Florestal (Lei 12.651/2012), aprovou, na quinta-feira (12), com 16 votos favoráveis e 4 obstruções, o relatório do senador Luiz Henrique sobre a matéria. Durante a reunião, foram apresentados 343 pedidos de destaque para análise em separado, os quais deverão ser votados somente em agosto, quando os serviços serão retomados após o recesso parlamentar. Em função da necessidade de apreciação dos destaques, não há uma definição sobre o texto final do Código Florestal.

ANÁLISE DE MERCADO
— A recuperação dos preços no mercado cafeeiro teve sequência nesta semana. No acumulado das cinco sessões da bolsa de Nova York, a posição setembro/12 – a com maior número de negócios realizados – avançou aproximadamente 5,5%, encerrando o pregão desta sexta-feira a US$ 1,8610 por libra peso.

Desde março, quando o café iniciou um movimento de queda, o qual foi acentuado no fim de maio e início de junho, o CNC vem comunicando, em seus boletins semanais, que isso era reflexo da turbulência na economia mundial, gerada pela instabilidade financeiro-econômica na Europa, pois os fatores fundamentais do mercado cafeeiro eram (e ainda são) extremamente positivos, com os estoques em um de seus mais baixos níveis históricos e o equilíbrio entre oferta e demanda extremamente apertado.

Contudo, a recuperação dos preços não reflete exclusivamente a “calmaria” que os mercados europeus passaram a vivenciar atualmente e os fundamentos do setor. O clima ganhou peso importante nesse cenário, pois, após uma estiagem no final do ano passado e começo de 2012, há pouco mais de um mês foi a vez das chuvas aparecerem em plena época de colheita, atrasando os trabalhos de cata e, como ainda ocorrem precipitações em muitas áreas do cinturão produtor, comprometendo a qualidade da safra brasileira 2012.

E as notícias não são muito animadoras para este fim de semana. Os serviços de meteorologia apontam mais chuvas nas regiões cafeeiras do País, em especial no Sul de Minas e no Triângulo Mineiro, região de Alto Parnaíba, no Cerrado. Analisando esse contexto e após realizarmos visitas a regiões produtoras e consultas a nossas cooperativas, podemos afirmar que faltarão cafés de qualidade na safra 2012 para o abastecimento dos mercados interno e externo.

Já para a safra 2013, que será menor em função da bienalidade característica das lavouras de arábica no Brasil, o cenário também começa a se agravar. Nessas visitas que realizamos na semana, observamos a abertura de botões florais nos pés de café. Porém, como a colheita ainda está em andamento, esses botões serão danificados pelos serviços de cata e a safra brasileira do ano que vem poderá apresentar uma quebra ainda maior do que a esperada pelo ciclo bienal.

Embasados nisso, alertamos aos produtores para que recorram aos recursos das linhas do Funcafé destinadas à estocagem e a um melhor ordenamento da oferta para auferirem melhores resultados na venda de sua produção, aproveitando os momentos positivos que o mercado apresentar, pois a escassez de cafés diferenciados elevará o preço do produto, o que, por conseguinte, deverá puxar as cotações dos demais cafés.

Fonte: CNC - Conselho Nacional do Café

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