A Embrapa Pantanal realizou, em sua sede em Corumbá,  uma  solenidade em comemoração aos 40 anos da Embrapa e reuniu uma série de personalidades de destaque na região pantaneira:  lideranças politicas, militares e  do agronegócio, diretores-executivos de empresas , parceiros da Instituição,  além dos  empregados que fizeram questão de prestigiar a ocasião.

A Chefe Geral da Unidade, Emiko Kawakami de Resende, em sua palestra, fez uma breve explanação sobre a evolução da agropecuária brasileira nessas quatro décadas de atuação da Embrapa e lembrou que, nesse período, o Brasil multiplicou a produção de alimentos “em 1973 contabilizava 30 milhões de toneladas de grãos, hoje o Brasil produz cerca de 160 milhões de toneladas”. Segundo ela a instituição, juntamente com seus parceiros, é uma das responsáveis por esses avanços.

Para a Chefe Geral da Embrapa Pantanal o desafio agora é o futuro: "a única certeza que temos é que seremos ao redor de 9 bilhoes de pessoas em 2050. O Brasil ainda é o país que tem a maior área de terra que pode ser incorporada à produção de alimentos para atender a essa demanda crescente e para isso teremos que ter estratégias para enfrentá-lo. Vamos continuar trabalhando  em estudos voltados a subsidiar a implementação de políticas públicas municipais, estaduais e federais, mas sem deixar a pesquisa de lado que é o carro chefe da Unidade, buscando viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade do Pantanal, com foco no agronegócio e no uso dos recursos naturais em benefício da sociedade.”

Segundo ela, o Sistema Agropensa, o Sistema de inteligência estratégica da Embrapa, lançado semana passada durante as comemorações do 40º aniversário da Empresa em Brasília: “ A plataforma é parte da estratégia da Embrapa para responder aos grandes desafios da agropecuária nas próximas décadas”, explicou Emiko.

“Na área de pesquisa,  realizamos diversos  avanços como publicação de documentos que retratam o custo de produção para pecuária orgânica; metodologias de tipologia para sistemas de produção em pecuária de corte; desenvolvimento e aplicação do processo de Inseminação em Tempo Fixo (IATF) para o Pantanal, com objetivo de fortalecer o melhoramento genético da raça Nelore na região; trabalhos com piscicultura e aproveitamento agroindustrial do pescado; sistema de monitoramento das alterações da cobertura vegetal e uso do solo da Bacia do Alto Paraguai; disponibilização de informações dos indicadores econômicos para a Fazenda Pantaneira Sustentável e caminhando rapidamente para um modelo que permitirá ao produtor pantaneiro alcançar a sustentabilidade econômica, social e ambiental, entre outros ”.

“Por meio de estudos desenvolvidos na Unidade, obtemos definimos as tecnologias orientações sobre Tecnologias para o Programa ABC no Pantanal e estamos trabalhando fortemente em conjunto com o Imasul para a definição dos critérios que sejam aplicados ao uso restrito de áreas inundáveis como o Pantanal., na definição de critérios para substituição de pastagens para o Pantanal, vacina para a Pictiose Equina, parecer sobre a lei da pesca no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e a contribuições junto a elaboração do novo Código Florestal Brasileiro, entre diversas outras atividades”. E a chefe geral completa : “atenção especial tem sido dado aos produtores dos assentamentos rurais de Corumbá na busca de tecnologias que lhes permitam alcançar uma vida digna na região”.

Presente durante a cerimônia, o prefeito de Corumbá , Paulo Duarte, afirmou  em seu discurso ser um defensor da Embrapa “ Nós precisamos da ciência e da tecnologia para que as pessoas que vivem na região possam ter mais qualidade de vida. Corumbá precisa cuidar da sua natureza, mas também precisa de soluções tecnológicas para ajudar a  população que aqui vive a produzir mais e viver melhor.  A Embrapa é de fundamental importância para que possamos construir isso juntos”, concluiu o Prefeito.

Atuação da Embrapa no Pantanal

A solenidade prosseguiu com  a apresentação de 3  palestras ministradas por pesquisadores da instituição. Urbano Abreu destacou as ações desenvolvidas junto a Pecuária de corte na planície pantaneira e as mais recentes tecnologias que vêm sendo transferidas para o Pecuarista da região, tais como a Desmama Precoce, a IATF e  o trabalho de melhoramento genético em bovinos .

Agostinho catella, pesquisador na área de Recurso Pesqueiros apresentou aos convidados o “Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul SCPESCA/MS”, que há  quase 20 anos  realizada a coleta e a analise de informações sobre a pesca em toda a Bacia do Alto Paraguai (BAP/MS), tais como quantidade de pescado capturado por espécie, por rio, por mês, número mensal de pescadores que atuaram nos diferentes rios entre outras, obtendo uma descrição anual detalhada sobre a pesca. Segundo o pesquisador o sistema é tido como um dos maiores conjunto de dados contínuos da pesca de águas interiores do País.

Para falar sobre as ações e resultados obtidos durante esses anos  no campo da  Agricultura familiar, o pesquisador Alberto Feiden destacou as Tecnologias desenvolvidas pela Embrapa  e que vem sendo aplicadas junto aos assentamentos rurais de Corumbá, com intensa participação dos Assentados. 

Na região Pantaneira, por meio da Unidade a Embrapa atua em diversas áreas de pesquisa na, tais como  agricultura familiar; agroecologia e agricultura orgânica; ciência e tecnologia de alimentos; conservação e uso de recursos genéticos; ecologia e manejo de fauna; ecologia e manejo de recursos pesqueiros; fontes alternativas de energia; gestão de biodiversidade; gestão e conservação de recursos hídricos; mudanças climáticas globais; manejo de pastagens nativas e produção pecuária sustentável, etc.

 Novas instalações 

Para encerrar as atividades foi descerrada placa inaugural do complexo de  novos prédios da Unidade, construídos, reformados e ampliados, nos últimos dois anos,  com recursos  provenientes do Tesouro e do PAC Embrapa e que hoje abrigam laboratórios, salas para atender os pesquisadores,  além de um  auditório modernos de da nova biblioteca, aberta ao público.

 Embrapa em Números  

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, criada em 26 de abril de 1973 conta hoje com 47 unidades distribuídas pelo Brasil, 9.783 empregados, sendo 2.389 pesquisadores. Desses, 81% têm doutorado ou pós-doutorado. O orçamento da Empresa em 2012 foi de R$ 2,3 bilhões.