Em outubro, o faturamento da indústria de bens de capital recuou 2,7% em relação a igual mês de 2011 e, no acumulado do ano, a queda chegou a 2,3%, totalizando R$ 66,48 bilhões. O nível de emprego registrou recuo de 3,4% em relação ao observado em igual período do ano passado e, entre janeiro e outubro, o nível médio de utilização da capacidade instalada ficou em 75%, quando era de 81,4% na média dos meses de 2011.

O único dado positivo é a diminuição do déficit da balança comercial do setor, por causa do câmbio mais favorável. As importações ultrapassaram as exportações em US$ 14,36 bilhões entre janeiro e outubro, número 2,1% menor que o registrado em período equivalente de 2011. "Vai fechar 2012 com queda, mas em relação ao déficit de US$ 18 bilhões do ano passado. Nós já fomos superavitários nesse quesito", disse Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq.

Aubert acredita ser pouco provável uma recuperação do faturamento da indústria de máquinas até o fim do ano. "Este ano de 2012 vai ser para a gente esquecer, mas acho muito difícil o setor repetir isso em 2013."

O executivo disse que o cenário deve melhorar progressivamente para o fabricante nacional de máquinas, com a continuidade de medidas de incentivo do governo, como a desoneração da folha de pagamentos, diminuição do custo da energia elétrica e com as progressivas reduções de taxas de juros. "O Brasil está mudando de uma economia especulativa para uma economia produtiva e isso leva algum tempo."

Aubert não recebeu nenhuma sinalização do governo sobre uma possível prorrogação da atual condição de financiamento do BNDES para máquinas - a linha PSI Finame para a compra de bens de capital está com taxa de juros de 2,5% até dezembro, o que significa juros reais negativos. Ele se disse, contudo, otimista com uma prorrogação para pelo menos até março.