Publicado em: 27/11/2017 às 01:00hs
José Nascimento: Presidente da Satis, especializada em nutrição vegetal
Por: Leo Urnauer
Os resultados do agronegócio foram animadores para a economia brasileira em 2017. Em contraste com o desaquecimento de outros setores, as produções no campo cresceram quase 14%, alavancando o PIB e sendo o principal responsável pelo crescimento de 1% no país. O Brasil bateu recorde de safras e caminha para se tornar o maior produtor de soja do mundo.
Os bons resultados de protagonismo do agronegócio, mesmo em momento de instabilidade, fazem com que as empresas e produtores sigam otimistas com o futuro. José Nascimento Ribeiro, presidente da Satis, especializada em nutrição vegetal, diz que sobretudo “o agronegócio sabe se reinventar”. Em entrevista, Nascimento faz um balanço do ano que passou e projeta o que será fundamental para produtor obter rentabilidade em 2018. Ele aponta que o investimento em tecnologia e valorização de práticas de boa gestão já acompanham as lavouras que obtém maior produtividade.
Você poderia fazer um balanço do principal desafio que o produtor rural enfrentou em 2017?
Falando especificamente do produtor de soja acredito que o principal desafio foi a instabilidade econômica no país. Apesar da alta no PIB de 1%, que foi alavancada especialmente pelo agronegócio, ainda não há um estabilidade grande a ponto de assegurar investimentos e preços e conferir segurança. Mas certamente seguiremos com esse pioneirismo. O agronegócio sabe se reinventar. O manejo e a produção feitos de forma planejada e bem executada sempre trazem grandes resultados, mas precisamos atentar ao fator econômico aliados a isso. A melhora está ocorrendo. É o que prevemos para o futuro.
E em outras culturas?
O produtor de café está passando por um ano diferente, pois a produção não foi como esperavam e os preços não reagiram, sem contar que estamos em um ano com atraso de chuvas. Em Hortifruti, estamos com um cenário ruim para alguns como é o caso da batata, mas no geral o ano está mantendo os preços e isto faz com que os produtores fiquem animados.
Dentro desse contexto, considera seguro a continuidade dos investimentos na soja? Alguma outra cultura desperta como uma boa aposta para o ano que vem?
Não se esconde de ninguém que o carro-chefe de produção e exportação no Brasil é a soja. Isso ocorre pelas condições climáticas, pela característica de solo e pela rentabilidade. O país caminha a passos largos para se tornar o maior produtor do grão. Há um investimento em tecnologia muito forte para que isso ocorra. Mas o atraso no plantio da soja pode influenciar na safrinha de milho. Se o regime de chuvas for normal, terão áreas que serão prejudicadas com o plantio da safrinha. As que conseguirem boa rentabilidade, poderão se aproveitar para realizar boas vendas.
Falando mais especificamente de tendências do uso de tecnologia na obtenção de melhores resultados. O que vocês observam que está sendo fundamental na rentabilidade?
A tecnologia é cada vez mais aliada no processo de aumento de produção, sempre há estudos que mostram que se pode produzir mais, seja em genética, maquinas e infraestrutura. Segundo a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), 67% dos agricultores já utilizam a técnica. Esse dado nos indica que quem quer colher mais, está usando o que a tecnologia dispõe. Hoje é imprescindível a agricultura de precisão e o gerenciamento de dados. Outro fator importante é a evolução no conhecimento e gestão do negócio, seja o produtor ou empresário. Temos que estar sempre atentos aos nossos custos, riscos, fatores, mercado para que as decisões sejam tomadas com precisão e tornem os negócios realmente rentáveis.
E como a Satis está atuando no sentido que acompanhe essas mudanças e tendências?
Nosso investimento sempre será forte em pesquisa. Aumentamos em 40% nossos profissionais dentro do campo. Isso é importante para se detectar especificamente os problemas que os produtores enfrentam e propor o desenvolvimento de soluções. Triplicamos este ano a capacidade produtiva da nossa fábrica em Araxá (MG) devido à demanda de produtos. Nosso crescimento segue um ritmo de 20% ao ano e isso nos indica que estamos no caminho certo. Focamos em apresentar pesquisas e estudos que comprovem que as soluções da Satis oferecem condições favoráveis para um desenvolvimento da planta. E claro, sempre, buscando sustentabilidade, melhora na qualidade e produtividade.
Fonte: Moglia Comunicação
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