Publicado em: 18/09/2013 às 12:10hs
As geadas registradas em julho e agosto no Paraná – que reduziram em 954 mil toneladas (33%) o potencial da produção de trigo do estado – também afetam a disponibilidade de sementes. Campos dedicados à multiplicação de cultivares foram prejudicados pelo frio intenso, obrigando as empresas a adotarem novas estratégias para garantir a oferta.
O setor articula o registro de áreas que atenderiam aos moinhos. A autorização depende do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que precisa conceder o aval antes do início da colheita – que começa a avançar em algumas regiões.
Antes da quebra climática, a Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (Apasem) estimou produção de até 160 mil toneladas de sementes de trigo. O setor avalia quanto perdeu e minimiza o risco de desabastecimento.
“O Paraná pode ser abastecido por variedades produzidas em São Paulo e no Rio Grande do Sul”, aponta Sérgio Dotto, chefe-geral da Embrapa Trigo. O risco maior é de que haja escassez de cultivares específicas, que não terão oferta suficiente.
Conforme Eugênio Bohatch, diretor executivo da Apasem, a expectativa para este ano era de um aumento na oferta. “Houve perdas significativas nas áreas de sementes. Então, solicitamos ao Ministério da Agricultura a liberação de mais campos.” Ele detalha que na última semana o Mapa sinalizou que vai conceder a autorização, mas a decisão ainda não foi oficializada.
André Felipe da Silva, coordenador de Sementes e Mudas do Ministério, explica que a aprovação deve sair em breve, pois “já se encontra na consultoria jurídica uma normativa regulando o assunto”. Ele afirma que a liberação vai valer para qualquer categoria de sementes do cereal, desde que seja feita a inspeção prévia.
Com o produto a R$ 50 a saca, R$ 15 a mais do que um ano atrás, parte dos produtores já pensa no próximo plantio de inverno. “Já está havendo procura pelas sementes, o pessoal está ligando, consultando preços”, comenta Lorenzo Mattioni, gerente comercial da Biotrigo.
A valorização do cereal deve incentivar uma nova expansão de área. Na safra atual, o plantio foi 25% superior em relação ao ciclo anterior (976 mil hectares, ante 782 mil hectares) conforme a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab).
Fonte: Gazeta do Povo
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