Publicado em: 06/02/2025 às 11:15hs
O mês de janeiro de 2025 foi o mais quente já registrado no mundo, seguindo uma série de temperaturas globais extremas, mesmo com a transição para o padrão climático de resfriamento associado ao fenômeno La Niña. A constatação foi divulgada na quinta-feira pelos cientistas do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) da União Europeia.
De acordo com o C3S, janeiro deu sequência a uma sequência de 18 dos últimos 19 meses com temperaturas médias globais que ultrapassaram 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Esse período de calor excepcional ocorreu mesmo com a mudança do padrão de aquecimento do El Niño, que contribuiu para tornar 2024 o ano mais quente da história, para o padrão mais frio de La Niña, que causa o resfriamento das águas do Pacífico equatorial e pode reduzir as temperaturas globais.
A temperatura média global em janeiro foi 1,75°C superior aos níveis pré-industriais, continuando a trajetória de aquecimento global. O fenômeno La Niña ainda não se desenvolveu completamente, com o mundo permanecendo em uma condição neutra entre as duas fases climáticas. Modelos de previsão indicam que, enquanto alguns cientistas dos EUA apontam que La Niña já se formou, o C3S alerta que a mudança para o resfriamento pode não ser suficiente para contrabalançar o aumento das temperaturas globais.
Samantha Burgess, líder estratégica do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, comentou sobre a surpresa de o mundo continuar experimentando recordes de temperatura, mesmo com a saída do El Niño. "O fato de ainda estarmos vendo temperaturas recordes fora da influência do El Niño é um pouco surpreendente", afirmou ela.
Embora La Niña possa reduzir as temperaturas em certa medida, outros fatores, como o calor extremo observado em outras bacias oceânicas e, principalmente, as emissões de gases de efeito estufa, continuam a ser os principais responsáveis pelo aquecimento global. "O maior fator que contribui para o aquecimento do clima é a queima de combustíveis fósseis", destacou Burgess.
Cientistas da Berkeley Earth e do UK Met Office preveem que 2025 será o terceiro ano mais quente já registrado, embora mais frio do que 2024 e 2023 devido à mudança para o La Niña. No entanto, ainda há incertezas sobre a intensidade com que o fenômeno se manifestará ao longo do ano. Em termos de temperaturas médias da superfície do mar, janeiro de 2025 registrou as segundas mais altas já observadas para o mês, ficando atrás apenas de janeiro de 2024.
Fonte: Portal do Agronegócio
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