O grupo brasileiro de terminais portuários Amport anunciou nesta quinta-feira a interrupção do transporte de grãos pela hidrovia do Tapajós, em razão da severa seca que atinge o norte do Brasil, reduzindo drasticamente os níveis de água do rio.

Por que isso é relevante

O rio Tapajós é um corredor logístico essencial que conecta as regiões centro e norte do país, facilitando o escoamento de grãos provenientes de estados agrícolas importantes, como Mato Grosso, o maior produtor de soja do Brasil. O rio permite o transporte desses grãos até os portos da região amazônica, desempenhando papel crucial na exportação brasileira.

Declarações-chave

A Amport, que representa grandes empresas como Cargill e Louis Dreyfus, informou à Reuters que a navegação de comboios de barcaças no Tapajós está suspensa desde a última sexta-feira e que a retomada das operações só deve ocorrer em novembro, caso as chuvas esperadas se concretizem. "As empresas aguardam que o nível do rio suba pelo menos 20 centímetros para que a navegação ocorra com segurança", declarou a Amport em comunicado oficial.

Contexto adicional

Essa não é a primeira vez que a seca interrompe o transporte de grãos na região. Em setembro, o embarque também foi afetado no rio Madeira, outro importante corredor de exportação. Contudo, segundo Sergio Mendes, chefe da Associação Nacional de Exportadores de Grãos (Anec), os volumes de exportação não foram prejudicados, já que as empresas se anteciparam ao problema, redirecionando parte das cargas para portos no sul do Brasil.