Publicado em: 24/09/2013 às 15:50hs
Embora seja boa para a umidade do solo, a virada climática causou prejuízos, sobretudo nas regiões Oeste e Sudoeste.
O maior impacto deve ser confirmado sobre as lavouras de trigo, que têm menor possibilidade de recuperação, indicam os técnicos. O estrago também atingiu aviários e áreas incipientes de milho, onde as sementes começam a germinar. O plantio da soja, principal aposta do verão, deve engrenar nos próximos dias.
Em Chopinzinho (Sudoeste), o agricultor Daniel Mazutti estima que metade dos 40 hectares dedicados ao trigo deve virar triguilho (com qualidade e valor de mercado inferior). A área sofreu a incidência de granizo na tarde da última sexta-feira (20).
Outros 15 hectares de milho foram afetados, mas como as plantas estavam em estágio inicial de germinação, o impacto deve ser menor. "Ainda vamos acompanhar as perdas do trigo, mas o milho dá para salvar", prevê.
Ivano Carniel, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) em Pato Branco, confirma que o efeito sobre o milho deve ser menor. "Há uma perda apenas no arranque do plantio, já que a planta brota novamente", explica.
Na região de Corbélia (Oeste), que está em situação de emergência após as chuvas, o cereal do pão também deve ser o maior prejudicado, detalha Selvino Manica, que preside o Sindicato Rural do município. "O PH [peso hectolítrico] vai cair lá embaixo", resume. O índice é um dos critérios para definir a qualidade do produto, refletindo diretamente sobre o preço de venda.
Sorte
Próximo dali, em Cascavel (Oeste), o agricultor Renato Martini não reclama. Como o plantio dos 50 hectares de trigo foi feito em junho, a chuvas não prejudicaram a lavoura, que também ficou imune às geadas de julho e agosto. Isso aumentou a confiança do produtor, depois de seguidos anos sem um desempenho favorável. "Há três ou quatro anos não vem uma colheita de boa qualidade", lembra.
A ocorrência de granizo normalmente traz perdas localizadas, avalia o coordenador da Divisão de Estatísticas da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Carlos Hugo Godinho. Os relatórios técnicos de cada região serão confrontados nos próximos dias, afirmou. As sementes que estão embaixo do solo devem germinar normalmente, aponta.
Fonte: Gazeta do Povo
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