Publicado em: 03/06/2024 às 10:55hs
A recente tragédia meteorológica no Rio Grande do Sul causou sérios prejuízos aos produtores rurais em todo o estado. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira (30/5), a alta umidade do solo é a principal responsável pelas perdas que afetam plantações de citros, safras de grãos e a criação de animais.
Os pomares de laranja e bergamota apresentam frutos pequenos e rachados, além de estarem afetados por diversas doenças. Na região de Santa Rosa, a mosca-das-frutas atingiu variedades como Okitsu, Ponkan, Satsuma e comuns, bem como laranjas de umbigo, do céu e sanguínea. Plantas jovens foram atacadas por pulgões e larva-minadora. O preço para a indústria está em R$ 6,00/kg.
Em Frederico Westphalen, chuvas excessivas e alta umidade resultaram na queda de laranjas e bergamotas, reduzindo a produtividade em até 35%. Na região de Caxias do Sul, agricultores enfrentam dificuldades de acesso às suas propriedades para realizar tratamentos fitossanitários devido ao solo encharcado e deslizamentos de terra.
No norte do estado, em Itatiba do Sul e Erval Grande, as inundações prejudicaram a cultura da laranja. O preço médio das variedades precoces é de R$ 1,50/kg, enquanto a laranja Valência, com baixo grau Brix, está sendo vendida a R$ 1,00/kg. A produção total de laranja deve ser 30% menor que em anos normais. A colheita de limão Tahiti e bergamota comum, Caí e Satsuma continua, com preços a R$ 2,00/kg.
As condições meteorológicas adversas dificultaram a colheita da soja, especialmente na metade sul do estado, onde apenas 3% da área foi colhida na última semana, atingindo 94% do total. No extremo sul, a colheita foi inviabilizada pelas chuvas contínuas. A alta umidade dos grãos e a presença de grãos avariados obstruem as máquinas colhedoras.
A colheita do milho também enfrenta dificuldades devido à umidade e nebulosidade, com danos qualitativos significativos nas regiões da Serra, Campos de Cima da Serra, Central e Campanha. A colheita de milho silagem continua nas regiões menos afetadas, mas o excesso de chuvas e geadas compromete a qualidade da massa vegetal.
No noroeste do estado, a redução temporária das chuvas permitiu a colheita do feijão de segunda safra, mas com baixa qualidade devido aos grãos brotados e manchados. A colheita de arroz prossegue lentamente, com algumas áreas enfrentando risco de perdas totais devido às chuvas constantes e ventos fortes.
O excesso de chuvas e geadas prejudicou pastagens cultivadas e nativas, limitando a oferta e qualidade do alimento para os rebanhos. Na bovinocultura de corte, a escassez de pastagens de qualidade resulta em perda de peso nos animais e aumento da incidência de parasitas, como carrapatos. A produção de leite também foi afetada, com produtores recorrendo à suplementação alimentar para manter o estado corporal dos animais.
Na ovinocultura, os rebanhos enfrentam desafios nutricionais, sanitários e reprodutivos devido às chuvas frequentes e temperaturas baixas, resultando em perda de condição corporal e dificuldades reprodutivas. A apicultura foi severamente impactada pelas chuvas intensas e baixas temperaturas, prejudicando a atividade das abelhas e a disponibilidade de floradas.
A pesca artesanal foi severamente afetada pelas condições climáticas adversas. Na região de Porto Alegre, ressacas do mar e enchentes dificultaram a pesca em diversas localidades, como Balneário Pinhal e Arambaré. As comunidades pesqueiras de Pelotas e Rio Grande enfrentam grandes prejuízos devido às enchentes na Lagoa dos Patos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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