Publicado em: 18/01/2012 às 09:20hs
Dezesseis produtores florestais do sul da Bahia, filiados à Associação dos Produtores de Eucalipto do Extremo Sul da Bahia (Aspex) obtiveram em conjunto as certificações do Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor) e do Forest Stewardship Council (FSC), com apoio da Veracel, que é compradora da madeira por eles produzida. Essas certificações garantem a origem e condições adequadas do manejo florestal da madeira que abastece a produção de celulose da Veracel, exportada para diversos países.
As certificações foram obtidas de forma inédita por intermédio do Programa Produtor Florestal (PPF), promovido pela Veracel Celulose S.A., que atuou em parceria com a Aspex na administração do processo e nos contatos com a certificadora. A certificação atesta que os produtores atendem aos requisitos legais, sociais e ambientais estabelecidos pelos princípios dessas duas certificações (leia no anexo).
O projeto demandou investimentos substanciais da Veracel e da Aspex, que foram aplicados em treinamentos e adequações de processos aos padrões internacionais de sustentabilidade.
Outros 18 produtores estão participando de um segundo grupo que vai buscar essas certificações com apoio da Veracel, e estão na fase de treinamento e adequação de seus processos. No total são fomentados 19 mil hectares em 135 contratos, que complementam os 91 mil hectares próprios da Veracel.
“O trabalho realizado pela Veracel e Aspex com esses produtores agrega valor à celulose que produzimos a partir da madeira manejada por eles. ”, comenta Otávio Pontes, Vice-Presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da Stora Enso, empresa que detém 50% do capital da Veracel.
“Além de garantir sustentabilidade aos empreendimentos, as certificações representam para os compradores de nossa celulose a certeza de que ela está sendo produzida dentro das melhores condições sociais e ambientais, tanto nas propriedades da Stora Enso, como na de seus fornecedores independentes”, conclui o vice-presidente da Stora Enso.
STORA ENSO OYJ - A Stora Enso Oyj é uma empresa global de origem sueco-finlandesa, de capital aberto, com ações listadas nas bolsas de Estocolmo e Helsinque, que atua de forma integrada no mercado de celulose, papel, embalagem e produtos florestais, produzindo papéis finos, papéis gráficos, cartão e derivados de madeira para as mais diversas aplicações. Sua capacidade anual de produção é de 11,8 milhões de toneladas de papel e cartão, 1,3 bilhão de metros quadrados de embalagens corrugadas e 6,4 milhões de metros cúbicos de produtos serrados de madeira, incluindo 3,2 milhões de metros cúbicos de produtos com valor agregado.
Com faturamento de 10,8 bilhões de euros em 2010, a Stora Enso utiliza madeira de fontes sustentáveis em suas várias fábricas distribuídas estrategicamente em países da Europa, China e Brasil. Está presente em 35 países nos cinco continentes, empregando aproximadamente 30 mil pessoas, sendo que na América Latina possui escritórios comerciais no Brasil, na Argentina, Chile e México.
Os principais investimentos na América Latina estão no Brasil: a fábrica de celulose da Veracel Celulose na Bahia (empresa onde detém 50% do capital), a Stora Enso Arapoti no Paraná, única fábrica de papel revestido tipo LWC no país, e plantações de eucalipto no Rio Grande do Sul; enquanto o maior projeto em execução está no Uruguai: a fabrica de celulose Montes del Plata (empresa onde detém 50% do capital) com investimentos totais de US$ 1, 9 bilhão.
10 Princípios do FSC (Forest Stewardship Council)
1: Obediência às Leis e aos Princípios do FSC: O manejo florestal deve respeitar todas a leis aplicáveis ao país aonde opera, os tratados internacionais e acordos assinados por este país, e obedecer a todos os Princípios e Critérios do FSC.
2: Responsabilidades e direitos de posse e uso da terra: Os direitos de posse e uso de longo prazo relativos à terra e aos recursos florestais devem ser claramente definidos, documentados e legalmente estabelecidos.
3: Direitos dos Povos Indígenas: Os direitos legais e costumários dos povos indígenas de possuir, usar e manejar suas terras, territórios e recursos devem ser reconhecidos e respeitados.
4: Relações Comunitárias e Direitos dos Trabalhadores: As atividades de manejo florestal devem manter ou ampliar o bem estar econômico e social de longo prazo dos trabalhadores florestais e das comunidades locais.
5: Benefícios da Floresta: As operações de manejo florestal devem incentivar o uso eficiente dos múltiplos produtos e serviços da floresta para assegurar a viabilidade econômica e uma grande gama de benefícios ambientais e sociais.
6: Impacto Ambiental: O manejo florestal deve conservar a diversidade ecológica e seus valores associados, os recursos hídricos, os solos, e os ecossistemas e paisagens frágeis e singulares, e ao assim atuar, manter as funções ecológicas e a integridade da floresta.
7: Plano de Manejo: Um plano de manejo - apropriado à escala e intensidade das operações propostas - deve ser escrito, implementado e atualizado. Os objetivos de longo prazo do manejo florestal e os meios para atingi-los devem ser claramente definidos.
8: Monitoramento e Avaliação: O monitoramento deve ser conduzido - apropriado à escala e à intensidade do manejo florestal - para que sejam avaliados a condição da floresta, o rendimento dos produtos florestais, a cadeia de custódia, as atividades de manejo e seus impactos ambientais e sociais.
9: Manutenção de florestas de alto valor de conservação: As atividades em manejo de florestas de alto valor de conservação devem manter ou ampliar os atributos que definem estas florestas. Decisões relacionadas à florestas de alto valor de conservação devem sempre ser consideradas no contexto de uma abordagem precautória.
10: Plantações: As plantações devem ser planejadas e manejadas de acordo com os Princípios e Critérios de 1 a 9 e o Princípio 10 e seus Critérios. Considerando que as plantações podem proporcionar um leque de benefícios sociais e econômicos, e contribuir para satisfazer as necessidades globais por produtos florestais, recomenda-se que elas complementem o manejo, reduzam as pressões, e promovam a restauração e conservação das florestas naturais.
O Forest Stewardship Council - FSC (www.fsc.org.br) é uma organização internacional não-governamental, fundada em 1993, que não emite certificados e sim acredita certificadoras no mundo inteiro, garantindo que os certificados destas obedeçam a padrões de qualidade. As certificadoras desenvolvem um método para certificação baseado nos Princípios e Critérios do FSC, adaptando-o para a realidade de cada região ou sistema de produção.
Princípios do CERFLOR (Programa Brasileiro de Certificação Florestal)
1. Cumprimento da legislação.
2. Racionalidade no uso dos recursos florestais no curto, médio e longo prazos, em busca da sua sustentabilidade.
3. Zelo pela diversidade biológica.
4. Respeito às águas, ao solo e ao ar.
5. Desenvolvimento ambiental, econômico e social das regiões em que se insere a atividade florestal
O Cerflor (www.inmetro.gov.br/qualidade/cerflor.asp), desenvolvido dentro da estrutura do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Sinmetro, foi lançado em reunião do Fórum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Madeira e Móveis, no dia 22 de agosto de 2002.
Fonte: CL-A Comunicações
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