Certificação

Ministério autoriza Iapar a emitir certificado da raça Purunã

O Ministério de Agricultura e Abastecimento (Mapa) credenciou o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) a emitir o Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP) da raça Purunã


Publicado em: 17/09/2012 às 17:40hs

Ministério autoriza Iapar a emitir certificado da raça Purunã

O anúncio oficial aconteceu no sábado (15), em cerimônia realizada na 35ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Ponta Grossa (Efapi).

O certificado foi instituído no Brasil em 1995. Com sua emissão, feita por delegação do Mapa, empresas que desenvolvem genética bovina asseguram a procedência e desempenho dos animais e garantem que os touros, matrizes e sêmen comercializados têm desempenho superior e estão aptos a promover o melhoramento genético e gerar ganhos reais de produtividade. Base genética, composição racial (do pai, da mãe e do próprio animal) e diferença esperada na progênie são algumas informações que, obrigatoriamente, devem constar no documento.

O secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa, Erikson Camargo Chandoha, explicou que, para efeitos legais, a autorização regulariza a comercialização e apresentação da nova raça em todo o Brasil.

Florindo Dalberto, diretor-presidente do Iapar, destacou a importância do investimento nos estudos que resultaram na raça. “É uma conquista grandiosa, de muito tempo de trabalho e perseverança”, concluiu.

PURUNÃ –  O nome é uma homenagem à Serra do Purunã, que separa o primeiro e o segundo planaltos do Paraná e fica próxima à Fazenda-Modelo, em Ponta Grossa, estação experimental do Iapar onde foi realizado todo o trabalho de desenvolvimento da raça.

O projeto que resultou na raça Purunã começou no início da década de 1980, e surgiu com a constatação do pouco resultado obtido pelos pecuaristas no esforço para melhorar a produtividade por meio de cruzamentos para obtenção de mestiços. “Na maior parte das vezes, esse trabalho é feito desconsiderando critérios genéticos para obter o melhor das raças envolvidas”, explica o pesquisador Daniel Perotto, do Iapar.

De acordo com o pesquisador, surgiu daí a proposta de fazer cruzamentos sucessivos e controlados entre Caracu, Canchim, Aberden Angus e Charolês, visando entregar aos pecuaristas uma raça pronta, capaz de reunir grande parte das qualidades de mestiços dessas raças – carcaças de elevado padrão, com baixo custo e que ficassem prontos para abate em pouco tempo. O resultado, obtido após mais de 30 anos de pesquisas, é a raça Purunã.

Perotto explica que foi possível agregar no Purunã boa parte das características economicamente relevantes de cada grupo formador – rusticidade, tolerância ao calor e resistência aos carrapatos e outros parasitas do Caracu e do Canchim; alta velocidade de ganho de peso, carcaças que propiciam grande rendimento de carne e elevada porcentagem de carnes nobres do Charolês; e, ainda, precocidade, o tamanho adulto moderado, o temperamento dócil e o marmoreio e a maciez da carne do Angus.

FAZENDA-MODELO – Todo o trabalho de desenvolvimento da raça Purunã foi conduzido na Estação Experimental Fazenda-Modelo, do Iapar, centro de pesquisa criado em 1912 (completou 100 anos, portanto) pelo Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio para atuar na seleção e cruzamento de gado e no estudo e cultivo de plantas forrageiras, com o objetivo de promover o desenvolvimento e a disseminação de tecnologias para os produtores – naquele período também foram criadas fazendas-modelo no Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Maranhão e Pernambuco.

Com o passar do tempo, reformulações na estrutura do Ministério da Agricultura acarretaram mudanças em sua denominação e atribuições, mas o aprimoramento da pecuária sempre se manteve como atividade principal da unidade de pesquisa.

Na década de 1970, denominava-se Estação Experimental de Criação e era ligada ao Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária Meridional (Ipeame). Em nova reestruturação do setor de pesquisa no Ministério da Agricultura, foi incorporada à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e, em 1978, passou à administração o Iapar.

Fonte: IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná

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