Publicado em: 25/09/2018 às 00:00hs
Sávio Santiago: Gerente de captação da Verde Campo e dará uma palestra sobre as mudanças para o produtor com a medida bonificação da produção
Por: Scot Consultoria
A agregação de valor à cadeia do leite será tema de um bloco do Encontro da Pecuária Leiteira da Scot Consultoria. O evento acontecerá dia 4 de outubro de 2018, no Centro de Eventos do Ribeirão Shopping, em Ribeirão Preto-SP. No dia 5, haverá um dia de campo, com visitas à Fazenda Rio Pardo (Laticínio Almeida Prado), em Bocaina-SP, e à Fazenda Cravinhos, em Cravinhos-SP.
Uma das saídas para aumentar os lucros com a produção de leite e manter a competitividade da atividade envolve a política de pagamento do leite com base na qualidade. E para conversar sobre os desafios desta estratégia convidamos Sávio Santiago para uma entrevista. Sávio é gerente de captação da Verde Campo e dará uma palestra sobre as mudanças para o produtor com a medida bonificação da produção. Confira um pouco do que ele abordará, lendo a entrevista abaixo e não deixe de se inscrever para nosso Encontro! https://www.scotconsultoria.com.br/encontros/
Scot Consultoria: Savio, países como Estados Unidos, União Europeia, Austrália e Nova Zelândia destinam consideráveis volumes de subsídios financeiros para viabilizar a produção de leite e derivados. Em sua opinião, porque não há a adoção desta prática no Brasil?
Sávio Santiago: Os subsídios diretos têm se reduzido muito ao longo dos últimos anos, sendo substituídos por programas de seguro contra prejuízos em alguns países.
Acredito que essa não é a melhor saída para nenhuma parte do mundo, assim como não é para o Brasil.
As entidades de classe e as empresas devem procurar fomentar o ganho de eficiência nos processos da fazenda através de assistência técnica e educação continuada.
Quais políticas de incentivo à produção são as mais necessárias tendo como base nosso sistema?
Acredito que as indústrias devem puxar o movimento de melhoria e ganho de eficiência. Alguns programas como o “Leite Mais Saudável” estimulam através de renúncia fiscal a aplicação de novas tecnologias e o ganho de produtividade nas fazendas.
Qual sua opinião a respeito da situação de dependência de importação de produtos lácteos da Argentina e do Uruguai? Você concorda com a isenção de tarifas de comércio e a carga tributária favorável concedida a esses países?
Não acredito que haja dependência de importação nesses países. A isenção de tarifas entre os países atinge vários produtos e formam uma política bilateral complexa e de difícil negociação. O que o Brasil precisa é criar condições para que as exportações anulem os efeitos negativos da balança comercial.
Sabendo da realidade produtiva do Brasil qual sistema de pagamento do leite com base na qualidade é mais eficiente? Com foco nas contagens mensais de células somáticas (CCS), ou na contagem bacteriana total (CBT) ou nos percentuais mensais de gordura (GORD) e proteína (PROT)?
O sistema de pagamento deve englobar todos esses itens com padrões pré-determinados e acordados entre as partes. O pagamento por qualidade para ser eficiente deve seguir uma regra clara e honesta na aplicação dos outros itens de pagamento como o preço de mercado e os bônus por produtividade e ser acompanhado de um trabalho técnico específico.
Você poderia comentar conosco algum case de sucesso da Verde Campo, no qual o produtor que era penalizado passou a ser bonificado por melhorar a qualidade do leite? Qual a diferença entre o pior bônus de qualidade e o melhor?
Temos vários casos. Tem casos em que o produtor recebia -0,06 de qualidade e hoje recebe 0,26. O que importa é o produtor entender que ele pode agregar muito valor com a qualidade. Isso vou evidenciar na apresentação.
Quais garantias vocês fornecem ao produtor de que a política de pagamento será respeitada e consistente independente do momento de mercado?
O produtor recebe uma circular mensal na qual consta o preço de mercado do mês seguinte.
Fonte: Scot Consultoria
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