Sendo um dos maiores produtores de frutas do mundo, o Brasil produz cerca de 43 milhões de toneladas de frutas de clima tropical, subtropical e temperado, proporcionando uma grande diversidade de cores e sabores.

As exportações de frutas frescas e processadas representam 31% do total produzido no País, onde cerca de 80% é exportada para países da União Europeia como Inglaterra, Holanda e França.

Em 2011, o Brasil exportou 681,2 mil toneladas de frutas, movimentando US$ 663,6 milhões – decréscimo de 10,2% em volume e alta de 3,9% em faturamento, em comparação a 2010. Em uma breve análise do mercado atual, e de acordo com profissionais do setor, podemos dizer que mesmo em tempos de crise e com a redução do consumo de frutas lá fora as exportações trouxeram acréscimo de divisas.

Certamente por costume, o consumo diário de frutas in-natura de nossos principais clientes manterá os índices de exportações estáveis nesta safra. Porém, o ponto negativo desta estabilidade deverá impactar diretamente a indústria de beneficiamento, pois mediante uma analise prévia existe a tendência de redução no consumo de frutas industrializadas.

O Produtor que pretende direcionar sua produção ao mercado externo precisa, em primeiro lugar, identificar qual o tipo de certificação melhor atende a seus objetivos. Países da Europa, por exemplo, exigem produtos certificados relacionados às Boas Práticas Agrícolas, que visam a rastreabilidade, a qualidade e a segurança das frutas.

Dentre as Certificações mais conhecidas e aceitas nos mercados da Europa está o GlobalGAP. Anteriormente chamada EurepGAP, teve origem em 1997, como resposta à crescente preocupação com a segurança alimentar, com o ambiente e com as normas laborais.

Um conjunto de retalhistas britânicos e do norte da Europa, pertencentes ao Euro-RetailerProduceWorkingGroup (EUREP), procuraram estabelecer normas e procedimentos comuns para o desenvolvimento de Boas Práticas Agrícolas (GAP - GoodAgriculturalPractices) nas unidades de produção. Foi o início do EUREPGAP.

Para os produtores, esta uniformização também foi importante para reduzir o crescente número e custo das auditorias a que estavam sujeitos. Desde então, a adesão ao EUREPGAP cresceu todos os anos. Hoje em dia, existem mais de 100.000 produtores certificados em mais de 100 países.

Em setembro de 2007, na 8.ª Conferência Global de Bangkok, o Conselho Administrativo decidiu alterar o nome para GLOBALGAP. Essa decisão foi tomada devido ao crescimento do referencial.

O referencial GLOBALGAP (EUREPGAP) foi elaborado para reafirmar perante os consumidores que a produção alimentar nas unidades de produção agrícola é realizada através da minimização dos impactos negativos das operações agrícolas no meio ambiente, da redução do uso de produtos químicos e da abordagem responsável das questões relacionadas com a saúde, segurança e bem estar dos trabalhadores e da saúde animal.

Trata-se de uma certificação voluntária de produtos agrícolas, aplicável em todo o mundo, sendo uma norma "pre-farm-gate" (antes da saída da unidade de produção), abrangendo toda a produção (incluindo plântulas, água e fertilizantes), passando por todas as atividades agrícolas e terminando com a saída da unidade de produção.

Voluntária, sim, porém, obrigatória para quem pretende exportar para a Europa. Trata-se de uma exigência não só do governo e de multinacionais atacadistas, mas também da população que, de forma consciente, consome apenas produtos de origem reconhecida e produção sustentável e justa.

Para se obter a certificação o produtor interessado deve buscar uma Certificadora Qualificada junto ao Selo e solicitar, mediante preenchimento de uma ficha cadastral/técnica, a certificação de sua propriedade. Aconselho que o interessado acesse o site do órgão e verifique as opções de (OCPs) Organismos de Certificação de Produtos credenciadas.

Para melhor aproveitamento do selo, é imprescindível que o interessado busque os serviços de consultoria especializada, participe de treinamentos de introdução da norma (estes treinamentos são oferecidos também pelas certificadoras) e se tratando da primeira auditoria, opte pela realização de uma pré-auditoria ou auditoria preliminar. Pretende-se, desta forma, o melhor retorno esperado do investimento e o menor desgaste técnico.

Vale ressaltar que o histórico, o nome da empresa contratada e o currículo de seus auditores são fundamentais e geram garantias complementares para o comprador.

Além dos custos, implícitos na realização dos serviços que variam de acordo com a área plantada, número de funcionários e o tipo de cultura, dentre outros fatores, incidem também nas taxas obrigatórias de registro junto ao GlobalGAP. As taxas pertinentes a certificação GLOBALGAP Fruits&Vegetables são determinadas pela Food Plus GmbH. Os valores são divulgados em tabelas específicas pelo endereço na internet no endereço eletrônico http://www.globalgap.org.

Muitos se perguntam sobre a possibilidade de vincular o logo GlobalGAP em sites, feiras, eventos de sua empresa. A resposta é Sim, é possível e o produtor deve fazer esse vínculo. Os custos relacionados aos serviços trazem benefícios à marca, pois mostra ao mercado que a empresa/fazenda preocupa-se com o meio ambiente, sociedade e qualidade de seus produtos. Para tanto, uma autorização simples disposta no site do selo deve ser preenchida. Caso o interessado tenha dificuldades em obtê-la os OCPs poderão auxiliá-los.

O importante aqui é que o produtor tenha consciência de que plantando qualidade o investimento trará divisas complementares à sua renda e que na visão de exportadores tradicionais a certificação já virou regra.

Artigo escrito por Lucas Martins, gerente de contas da área de alimentos e bebidas da TÜV Rheinland e Revisado por Mario Cesar de Mauro repórter da GP Comunicação.

Sobre a TÜV Rheinland

Com o intuito de oferecer uma das melhores opções do mercado o Grupo TÜV Rheinland, uma das maiores certificadoras do mundo, oferece há 140 anos serviços de qualidade para diversos setores. A organização tem sua trajetória marcada pela seriedade, profissionalismo e independência. Há cerca de 30 anos, iniciou seu processo de internacionalização, a partir da Europa. Desde então, a rede não parou de crescer. A marca TÜV Rheinland está presente em milhares de produtos ao redor do mundo, garantindo que são seguros para usuários e consumidores.

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