Mainardi, que foi um dos articuladores da conquista da Unipampa, vem trabalhando o apoio do Governo do Estado para fortalecer o curso, que considera fundamental para o desenvolvimento da vitivinicultura na região. Acompanhado do vereador Dionil Pereira, o secretário da Agricultura comprometeu-se em apoiar a luta pela liberação de verbas junto ao Ministério da Educação.

Primeiro curso da área no Brasil, a enologia possui o compromisso de oferecer oportunidade de formação profissional a um grande contingente de jovens, segundo o professor do curso e doutor, Marcos Gabardo.

Estudo feito pelo IBGE em 2010 mostra que os municípios que estão mais envolvidos com o setor na área de abrangência da Unipampa são Candiota, Bagé, Dom Pedrito, Santana do Livramento, Rosário, Alegrete, São Gabriel, Itaqui, Quaraí, Maçambará e Uruguaiana.

“Para isso estamos montando uma vinícola experimental em pequena escala e escala industrial. Além disso, estamos equipando os laboratórios. Conseguimos adquirir um equipamento denominado WineScan SO2, que é primeiro do Brasil, e buscando implantar nosso vinhedos”, informou Gabardo.

A viticultura regional tem vantagens comparativas em relação a outras regiões do país em função de suas peculiaridades edafoclimáticas (condições de solo e clima), amplas possibilidade de mecanização, disponibilidade de terras a preços acessíveis, utilização de modernas tecnologias, e formação de grupos organizados de produtores, aponta o professor.

A associação de Produtores de Vinhos Finos da Campanha – Vinhos da Campanha surgiu da junção desses fatores e da união de 15 vinícolas e uma associação.

A diferença para outros polos aparece na expansão da atividade. Há cinco anos o cadastro vitícola da IBRAVIN (Instituto Brasileiro do Vinho) apontava área de 1,3 mil hectares de vinhedos; atualmente, há indicativos de que existem dois mil hectares, responsáveis por 15% da produção dos vinhos finos do País.

Dom Pedrito

Dom Pedrito concentra o maior número de produtores da Campanha, segundo a Associação Vinhos da Campanha. “Nesse contexto, o campus Dom Pedrito, ciente das demandas sociais e de um mercado em expansão, instalou o curso de bacharelado em enologia, considerando a promissora vocação da região”, comentou. Estruturado em cinco núcleos (básico, viticultura, núcleo de enologia, núcleo de agronegócio e interdisciplinar), iniciou em 2011 e hoje tem três turmas e previsão para este ano de construção de um complexo enológico.

A região é um dos últimos polos de expansão na América Latina. “Existe uma demanda por profissionais nos empreendimentos já estabelecidos e futuros empreendimentos. Além de oferecer mão de obra, estamos buscando desenvolver o potencial produtivo através de estudos cultivares, processos de elaboração e caracterização dos produtos”.