O curso foi ministrado pela professora do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Pelotas, Élen Nunes Garcia e é a primeira ação de capacitação do projeto Dinâmica de Gases de Efeito Estufa em Sistemas de Produção de Pecuária do Bioma Pampa. Este projeto, que está em fase inicial, é liderado pela Embrapa Pecuária Sul e coordenado pela pesquisadora Cristina Genro, envolvendo também outras instituições de pesquisa.

O objetivo do curso é possibilitar aos técnicos do centro de pesquisa maiores informações para a identificação das gramíneas campestres a partir da morfologia das plantas. De acordo com a professora Élen, existem catalogadas cerca de 430 espécies de gramíneas no estado do Rio Grande do Sul, sendo que no mundo a quantidade de espécies é superior 11 mil. Já para Cristina Genro, conhecer as gramíneas representa conhecer um dos componentes principais do bioma Pampa, ou seja, é pré-requisito para o desenvolvimento do projeto.

As atividades foram divididas em três etapas. Num primeiro momento foi desenvolvida a parte teórica, com a identificação dos principais componentes para a identificação das espécies da planta, como caule, folha e flor. Posteriormente, os participantes foram a campo, buscando identificar a olho nu e também recolhendo plantas para posterior análise. Por fim, em um dos laboratórios da Embrapa, passou-se a lições práticas para a identificação. “Ainda deveremos ter outros cursos nesta área, tanto mais avançados, como também básicos para atender mais profissionais envolvidos no projeto”, ressaltou Cristina Genro.

O projeto Dinâmica de Gases de Efeito Estufa em Sistemas de Produção de Pecuária do Bioma Pampa faz parte de um projeto integrado em todo país e que tem como principal objetivo avaliar de forma científica o potencial impacto da pecuária nas emissões de gases de efeito estufa em diferentes regiões. “Muito se fala do impacto da pecuária no aquecimento global, mas nunca se estudou especificamente os sistemas regionais de produção, não se levando em consideração, por exemplo, o fato de o sistema de produção adotado aqui preservar esse bioma e representar também seqüestro de carbono”, argumentou Cristina Genro.