Publicado em: 08/11/2024 às 13:00hs
Na cidade de Jundiaí, São Paulo, ocorreu um evento internacional promovido pelo Centro Internacional de Qualidade de Equipamentos de Proteção Individual no Uso de Agroquímicos (ICPPE), que reuniu especialistas de 16 países para discutir questões cruciais relacionadas à segurança dos trabalhadores que aplicam agroquímicos. Entre os temas abordados, destacaram-se a avaliação de riscos associados ao uso de pulverizadores manuais, a regulamentação de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e a padronização de rótulos e bulas de pesticidas.
O encontro, que contou com a participação de 40 especialistas, incluindo membros de órgãos oficiais e representantes de empresas renomadas do setor, como BASF, Syngenta e UPL, teve a presença do governo brasileiro, por meio de profissionais da Anvisa e do Ministério do Trabalho. Durante três dias, foram realizadas apresentações técnicas e visitas a campo, com a participação de delegações de países como Alemanha, Espanha, Estados Unidos, França, Suíça, Quênia, República da Coreia e Uganda.
Hamilton Ramos, pesquisador brasileiro e membro do ICPPE, destacou a importância da reunião, que visou mobilizar parcerias entre os países participantes. "Nosso foco será construir uma abordagem global estruturada, envolvendo avaliação e mitigação de riscos, além da rotulagem de produtos pesticidas. Também buscamos apoiar cada país na oferta de vestimentas de proteção e EPIs", explicou.
Com quase 30 anos de experiência em pesquisa com ênfase em tecnologia e segurança na aplicação de agroquímicos, Ramos coordena diversos programas no Brasil, como IAC-Quepia, Aplique Bem e Unidade de Referência em Produtos Químicos e Biológicos, todos resultantes de colaborações entre o setor privado e o Centro de Engenharia e Automação (CEA) do Instituto Agronômico de São Paulo (IAC).
Durante o evento, Ramos enfatizou que a implementação efetiva das deliberações depende do comprometimento da indústria global de EPIs e defensivos agrícolas, bem como de entidades de pesquisa e governos, para que haja investimentos em segurança no trabalho rural.
Os representantes do Quênia presentes ao encontro corroboraram essa visão, destacando que o crescimento populacional e o avanço da agricultura em seu país demandam uma produção alimentar sustentada pela segurança no uso de agroquímicos. Recentemente, o Quênia recebeu a primeira certificação de qualidade para um modelo de vestimenta protetiva agrícola, com base em relatório emitido pelo IAC.
O evento também incluiu visitas a projetos de parcerias público-privadas lideradas pelo CEA-IAC, onde os participantes conheceram o Laboratório de Qualidade de EPI do Quepia. Além disso, assistiram a treinamentos do programa "Aplique Bem" e a uma demonstração técnica de aplicação de pesticidas utilizando turbopulverizadores e pulverizadores costais e semiestacionários em uma propriedade rural com 60 mil pés de uva localizada em Louveira, São Paulo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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