Focado em manejo e produção de suínos, o treinamento teórico dos instrutores contou com carga horária de mais de 30 horas, e apresentação sobre os temas abordados nos 06 módulos desenvolvidos: manutenção da granja, manejo de reprodução, maternidade, creche, terminação, fábrica de ração, além do módulo voltado para qualificação profissional para gerentes de granja suína. O instrutor do SENAR/SP, Henrique Paulo Picanço, que esteve pela primeira vez no treinamento, elogiou o formato das aulas e a padronização que as palestras e apostilas trouxeram para o setor de suinocultura. “Em todos os estados teremos suinocultores e gerentes de granja aprendendo as mesmas técnicas, proporcionando um maior nivelamento entre os cursos e na aprendizagem. Isso fortalece a suinocultura que avança de forma unificada”, reforçou o instrutor.De 05 a 09 de março, o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e Sebrae Nacional, reuniu no treinamento em Qualificação Profissional em Suinocultura, mais de 30  instrutores selecionados da área de suinocultura do SENAR de 10 estados e do Distrito Federal, entre eles estão, São Paulo, Goiás, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Paraná.

Por meio da orientação dos consultores da Integrall Soluções em Produção Animal, os instrutores puderam conhecer a produção de suínos da Granja Miunça, do suinocultor e presidente do comitê executivo do PNDS, Rubens Valentini, considerada umas das mais avançadas no quesito bem-estar animal. Com mais de 25 anos produzindo suínos, Rubens conta que buscou nos países europeus principalmente na Espanha e Dinamarca, as melhores técnicas no manejo e na produção. Atualmente, a granja conta com um sítio em sistema de baias coletivas para fêmeas na fase de gestação, de acordo com as premissas do código de bem-estar animal da Dinamarca, uma novidade no Brasil. Segundo especialistas a principal vantagem, no caso de gestações com livres estações eletrônicas de alimentação é manter um controle no volume de ração destinado a cada matriz, dando mais qualidade de vida ao animal e controlando de forma efetiva e direta o custo de produção da granja e, ampliando, de certa forma, a qualidade gestacional da fêmea.

Para o médico-veterinário e instrutor do Senar/MT, José Cid Chagas, o curso trouxe não só uma atualização de técnicas e também de gestão, mas mostrou na prática detalhes e evoluções da atividade. “Na granja foi possível verificar novos métodos e seus excelentes resultados, com isso temos embasamento na hora de indicar ou não tal procedimento”, comentou. Já Sérgio Luis Kirch, instrutor do Senar/PR, que este presente também no primeiro treinamento realizado em 2011, reforçou importância do curso e das práticas utilizadas. “Hoje é possível perceber o quanto a suinocultura evolui, pois de um ano para cá foram apresentadas novas informações, com resultados e números muito representativos”, encerrou.

Segundo a coordenadora de desenvolvimento do SENAR Nacional, Patrícia Machado Gomes, estão planejadas turmas em todos os estados em que o PNDS está em execução. “Nossa expectativa de capacitação é bastante grande, esperamos apresentar resultados positivos com número expressivo de alunos já nos próximos meses”. Neste ano, o treinamento contou também com instrutores dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e também Pernambuco, numa iniciativa em atender aos estados ligados a ABCS e ampliar o número de turmas realizadas.

A concretização desse segundo treinamento permitiu ao PNDS aprimoramentos que trarão diferenciais a suinocultura brasileira, segundo a coordenadora nacional do PNDS, Lívia Machado. Para ela, a extensão a todos os estados onde a ABCS possui entidades afiliadas e a padronização técnica das palestras que serão usadas pelos instrutores a nível nacional permitirá não só maior capilaridade, mas também o atendimento a interesses diferenciados. “Produtores independentes e integrados terão acesso a esse treinamento modular altamente tecnificado oferecidos de forma gratuita em seus estados, um diferencial proposto nesse ano”, comenta.

Segundo ela, as entidades estaduais coordenas pela ABCS estão auxiliando na mobilização com o comprometimento de cada SENAR estadual. “Era uma iniciativa necessária que faltava aos produtores e o PNDS pôde atender e cumprir seu papel em trabalhar para melhorar as ferramentas que somam na busca de sustentabilidade do negócio de cada suinocultor brasileiro. Certamente treinar a mão de obra era um gargalo, mas aos poucos estamos transformando essa questão”, comenta a coordenadora.

A proposta em cada estado é de capacitar um número expressivo de produtores e colaboradores. “Os treinamentos já estão sendo agendados pelas associações estaduais via PNDS nos estados do Projeto e via ABCS e entidades afiliadas nos estados que ainda não contemplam o plano. Para os próximos meses, já há agendamentos de turmas nos estados do Espírito Santo, Distrito Federal e Goiás”, encerra a gerente executiva do PNDS, Anny Almeida.