O treinamento é voltado para os extensionistas da Empresa e será realizado no município de Sacramento, Triângulo Mineiro. A capacitação tem como objetivo qualificar os técnicos, visando a melhoria do atendimento ao produtor.

O curso terá carga horária de 24h. Serão abordados diversos temas, como microbiologia do leite, manejo sanitário do rebanho bovino, boas práticas de produção agropecuária, preservação da qualidade do leite, e doenças transmissíveis pelo leite e derivados.

Cerca de 20 extensionistas da Empresa participarão do treinamento. Para a coordenadora estadual do Programa de Melhoria da Qualidade do Queijo Minas Artesanal/Emater-MG, Marinalva Soares, a capacitação ajudará os técnicos na orientação do produtor. Segundo ela, isso vai contribuir para aumentar ainda mais a qualidade do queijo artesanal produzido no Estado.

“Um dos maiores trabalhos da Emater-MG é a valorização do tradicional queijo minas artesanal. Para isso é fundamental a qualificação dos nossos extensionistas e que os produtores sigam as boas práticas de fabricação”, diz. A coordenadora ressalta que um produto de “qualidade facilita e viabiliza a comercialização com preços melhores”.

Programa de Melhoria da Qualidade do Queijo Minas Artesanal

O Programa foi criado em 2000 pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) e é executado pela Emater-MG e pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Além do resgate cultural, a medida visa a geração de renda, segurança alimentar e a certificação das queijarias. A Emater-MG orienta e incentiva o cadastramento de queijarias no IMA. A iniciativa agrega valor e qualidade ao produto, sendo uma garantia de inspeção sanitária, boas práticas de fabricação e segurança alimentar.

Os extensionistas da Emater-MG também são responsáveis por repassar aos produtores o processo de produção da iguaria. De acordo com a lei estadual, é considerado queijo minas artesanal aquele produzido a partir de leite cru, com a utilização do pingo (fermento natural responsável pelo sabor) e que foi maturado em média por 21 dias. “Temos hoje 226 queijarias cadastradas no IMA e cerca de 150 produtores em processo de cadastramento”, afirma Marinalva Soares.

Divulgação e Valorização

Uma das maneiras para valorizar o queijo artesanal é a realização dos concursos regionais e estadual. Os eventos são organizados pela Emater-MG e participam apenas produtores cadastrados no IMA. Os concursos reúnem os melhores queijos das regiões caracterizadas como produtoras de queijo minas artesanal: Cerrado, Araxá, Campo das Vertentes, Canastra e Serro. Apenas os cinco primeiros classificados nas disputas regionais participam do concurso estadual.

Em 2012, foi realizada a quinta edição do Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal. Evento promovido pela Emater-MG em parceria com a Seapa e demais instituições. Os queijos são avaliados de acordo com os critérios: apresentação (formato e acabamento); cor (uniforme ou manchada); textura (olhadura e granulação); consistência (dureza e untuosidade); paladar e aroma (sabor e cheiro característicos).

A edição desse ano aconteceu no mês de junho, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Foram selecionados 23 queijos. Pela segunda vez consecutiva, o produtor José Baltazar da Silva venceu o concurso. Ele mora no município de São Roque de Minas, região da Canastra. “Eu não esperava acontecer de novo. Fiquei muito feliz com o resultado”, afirma José Baltazar. O segundo colocado foi José Maria de Oliveira, do município de Rio Paranaíba (região do Cerrado); o terceiro lugar ficou com Arnaldo Gomes Nogueira, do município de Medeiros (região da Canastra); Robs Pierre Rodrigues, de Carmo do Paranaíba (região do Cerrado), ficou em quarto; e o produtor Ronaldo José Lemos, do município de Campos Altos (região de Araxá), em quinto.

Segundo a coordenadora do concurso, Marinalva Soares, a iniciativa visa estimular a produção do queijo minas artesanal com qualidade e divulgar o produto. “O nosso objetivo tem sido alcançado. A cada ano os queijos concorrentes apresentam mais qualidade. Há também uma divulgação muito boa tanto dentro do Estado como fora. Outro ponto positivo é a participação dos jurados de diversas instituições com profissionais experientes, pesquisadores, profissionais dos serviços de inspeção federal, estadual, municipal e professores universitários da área de alimentos e afins”, diz Marinalva Soares.