Capacitação

A Faculdade de Zootecnia e engenharia de Alimentos e o campus da USP em Pirassununga

A Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) está localizada no Campus da Universidade de São Paulo em Pirassununga, situado às margens da Rodovia Anhangüera, a 220 km da cidade de São Paulo, 110 km de Campinas e 100 km de Ribeirão Preto. É o maior dos campi da USP em extensão territorial contínua, com área total de 2,3 mil ha e mais de 60 mil m² de área construída


Publicado em: 13/11/2012 às 13:40hs

A Faculdade de Zootecnia e engenharia de Alimentos e o campus da USP em Pirassununga

O Campus apresenta ampla infra-estrutura de suporte ao ensino e à pesquisa, com cerca de 2 mil animais de diversas espécies, instalações apropriadas, laticínio-escola, matadouro-escola, fábrica de rações, confinamento para gado de corte, centro de reprodução, estábulo experimental, 1,1 mil ha de pastagens tropicais, 300 ha de culturas para produção de grãos utilizados na confecção de rações e 600 ha de vegetação nativa.

A FZEA foi criada em 1992. Presentemente composta pelos Departamentos de Ciências Básicas, de Zootecnia e de Engenharia de Alimentos, oferece os cursos de Zootecnia (integral) e Engenharia de Alimentos (diurno e noturno), para os quais recebe 140 alunos ingressantes por ano.

No período de março de 1979, quando ingressou a primeira turma de estudantes de Zootecnia, até 31 de dezembro de 1992, o curso de Zootecnia esteve vinculado à Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), sediada no campus da capital. A partir de 1º de janeiro de 1993, o curso de Zootecnia passou a fazer parte da FZEA em Pirassununga.

A FZEA/USP oferece, desde 1994, um Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, na área de concentração “Qualidade e Produtividade Animal”, cursos de Mestrado (desde 1994) e Doutorado (desde 2001). Já se titularam, nessa curta existência de nosso Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, 188 mestres e 47 doutores. O curso de Mestrado e Doutorado em Zootecnia, área "Qualidade e Produtividade Animal", enfocam o incremento da produção, com a preocupação básica de obter-se produtos de origem animal qualitativamente diferenciados.

A CAPES aprovou recentemente (julho/2008) a proposta de criação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos, na área de concentração “Ciências da Engenharia de Alimentos”, cursos de Mestrado e Doutorado que são oferecidos pela FZEA/USP desde 2009. O Curso de Mestrado e Doutorado em Engenharia de Alimentos, área "Ciências da Engenharia de Alimentos", enfoca o processamento de alimentos e a utilização de tecnologia para agregar valor aos produtos processados. Os Programas de Pós-Graduação em Zootecnia e Engenharia de Alimentos contam com um corpo docente e técnico altamente qualificado, com laboratórios nas mais variadas especialidades e equipados de acordo com rigorosos padrões de qualidade. Para os próximos anos espera-se a criação da Pós-graduação em Engenharia de Biossistemas.

2. CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA

A abrangência da proposta de atuação a FZEA abarca uma região que se estende de Santos a Ribeirão Preto que, como enfatizado no item anterior, é a área de maior proveniência dos nossos alunos. Entretanto, a população total do conjunto de municípios que compõem a região de Pirassununga, num raio de 100 km de distância, discriminada no mapa da Figura 1, é de aproximadamente 4,4 milhões de habitantes (IBGE, Censo Demográfico, 2000), o que representa cerca de 11,9 % da população do Estado de São Paulo.
 
Figura 1 - Região de Pirassununga



Os principais pressupostos, que nortearam as discussões para criação do laboratório de agricultura de precisão, foram:

a) A ampliação do número de ações conjuntas com o setor produtivo (por meio de ações internas ou em parceria), com o propósito de melhor ocupação do espaço institucional e a contribuição de atendimento a um público-alvo mais ampliado regionalmente. O presente projeto evidencia os diferenciais (recursos humanos e físicos disponíveis, linhas de pesquisa instaladas, tecnologias já implantadas). Explora igualmente uma forte sinergia entre núcleos distintos de engenharia, zootecnia e medicina veterinária, para constituir-se uma ilha de excelência nas áreas de vocação profissional de atuação do campus, do estado e do país. Tornam-se itens relevantes, nesse contexto do projeto, o desenvolvimento sócio-econômico sustentado e a valorização dos serviços que a academia deve à sociedade com a qual deve interagir de perto;

b) O público-alvo da Unidade, fortemente constituído de base regional, nas localidades com as quais já atua no Estado de São Paulo, e que também inclui o sul do Estado de Minas Gerais e, mais timidamente, os demais estados limítrofes da Federação (Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Paraná). O eixo da Rodovia Anhangüera, que atravessa o campus de Pirassununga, concentra o maior PIB do Estado de São Paulo e a maior renda per capita nacional. Essa situação pode potencializar a procura por novos serviços dentro da Unidade;

c) A valorização do campus da USP Pirassununga e da própria FZEA/USP fortalecendo a base de relacionamento e interpenetração da ação da FZEA/USP com o seu entorno regional, por meio de ações de sinergia de natureza política, de serviços e de influência acadêmica, pois, na atualidade, isto é praticamente inexistente;

d) A natureza marcadamente agroindustrial da região do entorno em que a FZEA/USP está inserida, o que oferece oportunidades amplas e promissoras para com as áreas de vocação da Unidade. O campus da USP Pirassununga e a FZEA/USP podem interferir positivamente no desenvolvimento sócio-econômico sustentado da região;

O CURSO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS


A Engenharia de Biossistemas é uma nova área do conhecimento que surgiu em razão da evolução tecnológica dos processos de produção agropecuária. Na atualidade, a especialização no sistema produtivo do agronegócio está determinada não somente pelo potencial natural de uma determinada região, mas, em grande medida, pela agregação de tecnologia na produção. Termos como agricultura de precisão ou zootecnia de precisão eram ficções científicas até o final do século passado.

Tal evolução levou à necessidade da formação de um profissional de forte perfil tecnológico, que tenha conhecimentos no campo do agronegócio com visão aprofundada das cadeias produtivas envolvidas e dos sistemas de produção utilizados. Internacionalmente iniciativas para formar tais profissionais já existem, em diversos países, principalmente nos Estados Unidos da América, onde podem ser encontradas várias instituições de renome que apresentam, em seus catálogos de graduação, o curso de Engenharia de Biossistemas. A FZEA tem projetos de intercambio de alunos nesta área com a Universidade do Ilinois e Universidade de Purdue.

Este campo do conhecimento também apresenta organização científica que lhe confere o status de área cientifica própria de relevância internacional, vale destacar o periódico Biosystems Engineering, publicação de Elsevier de origem européia com fator de impacto em 2004 de 0.496 e qualificação A no Qualis - CAPES.

Seguindo esta tendência a American Society of Agricultural Engineering recentemente mudou seu nome para American Society of Agricultural and Biological Engineers se definindo como uma organização científica e educacional dedicada aos avanços da engenharia aplicada a agricultura, alimentos, e sistemas biológicos, ainda o próprio Conselho Internacional de Engenharia Agrícola (CIGR) admite a evolução ocorrida com o grande aporte tecnológico nos processos de produção, distribuição e industrialização de alimentos.

Assim podem ser encontradas diversas definições para está área do conhecimento como, por exemplo, aquelas adotadas pelas Universidades que nela atuam.

A definição mais completa da área do conhecimento que envolve a engenharia de biossistemas é que nos oferece o periódico Biosystems Engineering, ao designar seu campo de conhecimento:

“A pesquisa em engenharia de biossistemas compreende o estudo de ciências físicas e da engenharia, para entender, modelar, processar ou desenvolver sistemas biológicos para o desenvolvimento sustentável da agricultura e dos alimentos, o correto uso do solo e do meio ambiente”.

Tal publicação encontra-se dividida em nove áreas, que indicam, com mais precisão, a aplicação dos conhecimentos citados das quais destacamos:

  • Automação e tecnologias emergentes - máquinas inteligentes, automação de controle, sistemas de navegação, análise de imagens, biosensores, sensores de fusão e engenharia para biotecnologia.
     
  • Tecnologia de informação e interface humana - comunicação e protocolos de campo (field bus), ergonomia, sistemas de informação geográfica, pesquisa operacional, modelagem de biossistemas e sistemas de suporte a decisão, gerenciamento de máquinas, análise de riscos e tributação ambiental, saúde operacional e segurança e ciências do trabalho.
     
  • Agricultura de precisão – agrometeorologia, produção de alimentos, produção de fibra e forragem, bioprodução fora da terra, colheita, mapeamento do solo e do cultivo, sistemas de posicionamento geográfico e manejo integrado de pragas.
     
  • Máquinas e motores – cultivadores e equipamentos de movimentação de terras, máquinas para construção, proteção de cultivo e colheita, segurança, máquinas para cultivos arbóreos, tratores e veículos para agricultura, dinâmica, vibração e ruído, máquinas para engenharia florestal, turbomecanismos e mecanismos hidráulicos, tecnologia de recoleção e limpeza.
     
  • Solo e água – propriedades e estrutura do solo, dinâmica do solo no cultivo, tração e compactação, controle de erosão do solo, requerimento hídrico do cultivo, processos de infiltração e transporte, irrigação e drenagem, hidrologia, manejos dos recursos hídricos, hidroponia e nível de nutrientes.
     
  • Desenvolvimento rural – fontes renováveis de energia, sustentabilidade, controle de poluição, proteção do meio ambiente rural, infraestrutura e paisagismo.


Como se percebe a Engenharia de Biossistemas é mais abrangente que a Engenharia Agrícola convencional tendo um forte cunho tecnológico e voltada para o desenvolvimento de aplicações, máquinas e processos.

O perfil profissional do engenheiro de biossistemas encontra forte campo de aplicação em nosso país, pois a maior parte da tecnologia nos processos para agricultura e zootecnia de base tecnológica ainda é importada, apesar da posição brasileira como grande produtor e exportador de alimentos.

O desenvolvimento de materiais, sensores, equipamentos, softwares, robótica, máquinas e equipamentos de processamento bem como seus sistemas de controle e monitoramento aplicados a processos agrícolas e pecuários ainda são um desafio à indústria nacional. Pode-se atribuir tal lacuna, entre outros fatores, à falta de profissionais com especialização para atuar neste segmento.

Na FZEA, o perfil adotado para o curso atende a necessidade de se preencher esta carência de profissionais, principalmente pelo aproveitamento das potencialidades: Infra-estrutura da fazenda, estrutura de ciclo básico dos outros cursos em andamento já existentes na unidade. O perfil do engenheiro de biossistemas contém os fundamentos conhecidos de engenharia aplicados aos biossistemas e onde se espera ação específica, com enfoque na produção agropecuária de alto padrão de qualidade.

A missão do programa de disciplinas é educar um profissional capaz de, com os conhecimentos básicos de engenharia e biológicos, atuar em aplicações diretas nos sistemas agrícolas e ambientais, com aproveitamento do potencial brasileiro de biossistemas na produção agropecuária básica e de transformação. Esse profissional atuará como agente de inovação e ativador do potencial da capacidade regional no agronegócio dentro do parque tecnológico regional e do estado.

Mais informações:

  • Prof. Dr. Murilo Mesquita Baesso
  • Máquinas Agrícolas e Agricultura de Precisão
  • USP/FZEA
  • Av. Duque de Caxias Norte, 225 – 13635-900 – Pirassununga, SP
  • Fone: (+55) 19 – 3565-6709 – Fax: (+55) 91 – 8417-0056
  • E-mail: baesso@usp.br

Fonte: USP/FZEA

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