Análise de Mercado

Tarifa dos EUA restringe etanol brasileiro, mas pode abrir novas oportunidades comerciais

Medida tarifária compromete exportações do Brasil para os Estados Unidos, mas pode favorecer o etanol nacional em outros mercados internacionais, segundo análise da Datagro


Publicado em: 10/04/2025 às 10:55hs

Tarifa dos EUA restringe etanol brasileiro, mas pode abrir novas oportunidades comerciais

A tarifa de 10% sobre produtos brasileiros, anunciada na semana passada pelo governo dos Estados Unidos, encerrou de forma definitiva a possibilidade de exportações de etanol do Brasil para o mercado norte-americano, conforme avaliação da consultoria Datagro divulgada nesta segunda-feira (8).

Até então, o etanol brasileiro estava sujeito a uma tarifa de 2,5% para entrar nos EUA, mas esse percentual pode ser elevado para 10% ou até mesmo acrescido em 12,5%, de acordo com o relatório da consultoria. “Independentemente da forma de aplicação, os Estados Unidos fecharam definitivamente a janela de importação para o etanol brasileiro”, destacou a Datagro.

As exportações brasileiras do biocombustível já vinham em queda. Em 2024, os Estados Unidos importaram 330 milhões de litros de etanol do Brasil, o que representa 16,4% do volume total exportado pelo país para todos os destinos. Esse montante equivale a menos de 1% da produção brasileira estimada para a safra 2024/25, segundo a consultoria.

Apesar do impacto direto no comércio bilateral, a Datagro observa que a medida dos EUA pode gerar efeitos indiretos positivos para o Brasil. Caso os países afetados pelas tarifas norte-americanas decidam adotar medidas de retaliação, impondo restrições ao etanol dos EUA, isso pode abrir espaço para o produto brasileiro nesses mercados.

“A competitividade do etanol brasileiro pode ser favorecida no cenário internacional”, afirma a análise. A consultoria lembra ainda que, em 2024, os Estados Unidos exportaram um volume recorde de 7,4 bilhões de litros de etanol, tendo como principais destinos Canadá, Reino Unido, Índia, Colômbia, Coreia do Sul e União Europeia.

“Caso esses países optem por retaliar os EUA por meio do mercado de etanol, surge uma oportunidade relevante para o combustível brasileiro”, conclui a Datagro.

Fonte: Portal do Agronegócio

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