Análise de Mercado

Soja e milho atingem novos recordes na Bolsa de Chicago

Os preços em Paranaguá refletem altas do mercado externo e também renovam máximas


Publicado em: 19/07/2012 às 19:00hs

Soja e milho atingem novos recordes na Bolsa de Chicago

As cotações da soja e do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT, na sigla em inglês) iniciaram o pregão desta quinta-feira (19) superando recordes históricos. No começo da tarde, a oleaginosa era cotada a US$ 17,18 por bushel (medida equivalente a US$ 37,80 por saca de 60 quilos) e o milho a US$ 7,94 por bushel (US$ 18,73 a saca). Em alguns momentos da sessão de hoje, porém, o preço do milho atropelou os US$ 8 por bushel (US$ 19,11) e a soja os US$ 17,27 por bushel (US$ 38 por saca).

Em Paranaguá, os preços da oleaginosa seguem em alta e batendo novos recordes. Apesar de não haver produto disponível, o comércio está parado, mas as cotações nominais continuam acima de R$ 80 por saca.

Os valores são os mais altos da história da bolsa, que é referência mundial na formação de preços, e refletem a situação de extrema seca na principal região produtora de grãos do mundo, no Meio-Oeste dos Estados Unidos, conhecida como Corn Belt (cinturão do milho em inglês). Além da falta de água, os termômetros não param de subir e as previsões apontam que o clima deve continuar agravando a condição das lavouras.

O último levantamento sobre as condições das plantações, divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, aponta que, até domingo passado, 38% da área plantada com milho estava em estado ruim ou muito ruim. Nesta época do ano passado, o índice era de 11%. No caso da soja, 30% do terreno está em péssimas condições de desenvolvimento.

Segundo especialistas, o grão teria potencial de recuperação, caso as chuvas voltassem a cair na região afetada pela seca. Se o clima continuar não dando trégua às lavouras, no curto prazo, as cotações dos produtos tendem a seguir renovando máximas históricas.

Safra negra

A estiagem somada às altas temperaturas que atingem o Hemisfério Norte neste ano tende a resultar no maior prejuízo na economia agrícola da história dos Estados Unidos. As projeções atuais consideram que o clima já roubou mais de 50 milhões de toneladas de soja e milho do país, que o maior produtor mundial de grãos.

Além disso, o mercado calcula que a produção de soja não será suficiente para suprir o apetite pela commodity, que vem crescendo em todo o mundo. Isso porque a América do Sul – liderada por Brasil, Argentina e Paraguai –, continente responsável por atender mais da metade das importações globais, também foi alvo da seca no último verão.

O núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo estima que, entre soja e milho, o trio sul-americano perdeu mais de 26 milhões de toneladas para o clima na safra 2011/12. O número foi calculado com base em levantamento de campo realizado pelos três países.

Fonte: Gazeta do Povo

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