Publicado em: 04/04/2012 às 11:30hs
Primeiro levantamento oficial das intenções de plantio dos produtores americanos para a safra 2012/2013 revelou uma tendência de redução da área de soja em 1,4%, plantando 29,9 milhões hectares com a oleaginosa.
Somado aos baixos estoques naquele país, a cotação da soja ficou acima de US$ 14 o bushel (equivalente a 27,215 kg), maior variação desde agosto do ano passado, valorizando em média 4% na semana. Em comparação com março de 2011, o ganho no preço é de 1,3 ponto percentual. Em Mato Grosso, na região noroeste, negociação da saca de 60 quilos de soja chegou a R$ 51 no fechamento da última semana, preço 22% maior que o registrado para o mesmo período do ano passado.
Alguns produtores estão aproveitando o momento para negociar a produção futura da safra 2012/2013 por valores na média de US$ 25, dependendo da localização, segundo registra o Instituto de Economia Agropecuária (Imea). Atualmente 22% da soja colhida no Estado ainda não foi negociada e a alta nos preços deve acelerar a venda.
Quanto à produção de milho, apesar da estimativa de aumento de 4,3% na área plantada divulgada pelo USDA, alcançando 38,8 milhões de hectares, os preços devem permanecer estáveis, avalia o analista do Imea, Cléber Noronha. "O impacto da baixa de soja é maior, porque 50% da produção atende o mercado internacional, enquanto o milho produzido pelos Estados Unidos deve ser consumido em maior parte pelo próprio mercado interno". Na semana passada, o mercado encerrou a semana com 40 pontos de alta na bolsa de Chicago, considerada a maior elevação do ano, algo equivalente a 41 centavos de dólar pelo bushel.
Em Mato Grosso, a expectativa dos produtores é alcançar US$ 16 a saca, segundo informações da Bolsa de Mercadorias e Cereais (BMC) de Sinop, mas apesar da escassez do produto, as empresas estão pagando US$ 14 para entrega em agosto. Para o assistente de mercado da BMC, Antônio Tonietto, mesmo a quebra de safra na região sul, influenciada pelas condições climáticas climáticas, não deve favorecer as vendas do milho mato-grossense, avalia Tonietto. "A localização não favorece as vendas para o mercado interno. O frete até os centros consumidores do Sul é muito caro, principalmente para retirar do norte do Estado". Tonietto prevê ainda a falta de espaço para armazenagem do milho. "Vai aproximando a colheita, vai sobrar milho e faltar armazém, porque a tendência é que o preço fique baixo, por causa da supersafra nos Estados Unidos".
De acordo com o Imea, para que o mercado continue atrativo, será preciso equilibrar a oferta e demanda, com a produção sendo menor ou o consumo aumentando. Em 2010 e 2011, Mato Grosso liderou as exportações de milho, aumentando a participação nacional para 63,1% no ano passado, totalizando 6,83 milhões de toneladas exportadas.
Fonte: A Gazeta
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