Publicado em: 01/08/2013 às 15:50hs
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou nesta quarta-feira o dado de maio deste ano depois de anunciar anteriormente alta de 0,28 por cento. Em maio do ano passado, o IPP subiu 1,69 por cento.
Em junho, 19 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços na comparação com o mês anterior, contra 17 em maio. As maiores variações positivas na comparação mensal foram registradas em fumo (4,73 por cento), papel e celulose (4,40 por cento), outros equipamentos de transporte (4,11 por cento) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2,99 por cento).
De acordo com o IBGE, em todos esses destaques houve efeito da valorização da moeda norte-americana, que acumulou em junho alta de 4,17 por cento ante o real. "O dólar teve uma presença espalhada no IPP de junho", disse o pesquisador do IBGE Manuel Campos Souza Neto.
"Boa parte do fumo processado é exportado, a celulose também é dolarizada e equipamento de transportes tem muita exportação. Já equipamento de informática depende de componentes importados", detalhou o pesquisador.
ALIMENTOS
Mas o maior impacto sobre o índice veio dos produtos alimentícios, que subiram 2,35 por cento no mês, a maior variação desde julho de 2012, quando foi de 3,10 por cento. O impacto foi de 0,45 ponto percentual.
Até então, os alimentos, que pesam cerca de 20 por cento no IPP, vinham segurando a alta do índice devido aos efeitos da safra recorde prevista para este ano. Mas o segmento foi influenciado pela alta do dólar e pela maior exportação de farelo de soja e carnes, segundo o IBGE.
"Com o dólar mais alto, os produtores brasileiros aproveitam para vender mais lá fora. Houve ainda o efeito da maior demanda de farelo de soja brasileiro por parte dos Estados Unidos", explicou Souza Neto.
Outros impactos importantes para a alta do IPP vieram de outros produtos químicos (0,22 ponto percentual), papel e celulose (0,15 ponto) e metalurgia (0,13 ponto).
Já no acumulado em 12 meses até junho, o IPP subiu 4,25 por cento, com destaque para papel e celulose (10,12 por cento), fumo (9,27 por cento), borracha e plástico (7,24 por cento) e bebidas (5,66 por cento).
Os principais impactos de alta vieram de alimentos (0,81 ponto percentual), refino de petróleo e produtos de álcool (0,58 ponto), outros produtos químicos (0,55 ponto) e papel e celulose (0,33 ponto).
O IPP mede os preços "na porta das fábricas" e não inclui os custos com frete e impostos que influenciam os preços ao consumidor.
Com a ajuda de Transportes --após a revogação do aumento das tarifas do transporte público em várias capitais-- e Alimentação, os preços ao consumidor perderam força em julho, quando o IPCA-15 desacelerou a alta para 0,07 por cento, voltando a ficar abaixo do teto da meta do governo.
Entretanto, o nível elevado da inflação ajudou a abalar a confiança do consumidor, que atingiu em julho o menor nível desde maio de 2009.
Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa básica de juro Selic em 0,5 ponto, para 8,50 por cento. Na ata do encontro, o BC deixou claro que manterá o atual ritmo de aperto monetário para fazer a inflação declinar até 2014.
Fonte: Reuters
◄ Leia outras notícias