Publicado em: 10/06/2013 às 16:40hs
Em maio, o litro foi vendido a um valor médio de R$ 2,20 no estado. O consumidor gaúcho sentiu mais no bolso, pois o aumento foi de 6,48% apenas no último mês, enquanto no país a alta foi de 2,32% em relação a abril.
De acordo com os especialistas, a alta se deve à entressafra, ao clima e às cotações do leite em pó no mercado internacional. Comerciantes e economistas concordam que a fraude do leite revelada pelo Ministério Público, na qual um grupo de transportadores adicionava água e ureia ao leite cru antes de entregá-lo à indústria, já foi neutralizada pelo mercado e não influenciou nos preços.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a alta do leite foi o que mais impactou a inflação de Porto Alegre no último mês. "A alta do leite se deve principalmente à entressafra. Neste momento, as pastagens são menores, a oferta de alimento para o gado é menor e isso acarreta produtividade menor. Com menos oferta à usina, a usina oferta menos leite e o preço dispara", diz o coordenador da FGV no Rio Grande do Sul, Márcio Mendes da Silva.
A expectativa é que os valores para o consumidor final aumentem ainda mais até o fim do inverno, segundo o gerente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Francisco Schmidt. "A Agas imagina que esse período de entressafra poderá inclusive ocasionar um aumento de até mais 10% sobre o preço atual do produto. Vai depender muito da intensidade da entressafra e do clima. Isso vai fazer com que efetivamente esse preço possa ter uma variação maior", diz Schmidt.
Segundo o diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Elton Weber, além da entressafra, a alta no preço do leite no estado se deve também aos reflexos da seca no Nordeste brasileiro. O Sudeste e o Sul tiveram que enviar o produto para aquela região.
Ele diz que a adulteração do leite com ureia e formol, investigada pelo Ministério Público, não influenciou nos preços do produto. “O que a questão da fraude no leite criou foi um sentimento de indignação entre os produtores rurais, que também têm exigências em relação à qualidade e aos cuidados necessários na produção. Não adianta o produtor ter cuidado e depois outras pessoas adulterarem o leite. Isto nos deixou indignados diante dos fatos”, explica.
De acordo com o secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, o preço internacional do leite em pó também contribuiu para os aumentos de preços no estado. “O preço internacional voltou ao patamar de US$ 5 mil a tonelada, o que havia acontecido apenas em 2007. No ano passado, o valor estava em US$ 2,2 mil a tonelada, com cotação do dólar em R$ 1,70”, lembra.
Com o preço em alta, o momento é bom para os produtores de leite.
Fonte: G1 RS
◄ Leia outras notícias