De acordo com o relato do USDA, três anos atrás (2009), os EUA exportaram para a China 377.805 toneladas de patas de frango, volume que, no ano seguinte, sofreu recuou superior a 85%, ficando em apenas 48.219 toneladas. A queda, no entanto, não parou por aí, pois em 2011 as importações chinesas de pata de frango dos EUA sequer chegaram às 30 mil toneladas.

A explicação para a forte redução das importações chinesas é encontrada nas medidas anti-dumping e compensatórias adotadas contra os EUA pelo governo da China em 2010. Então, foram impostas às carnes avícolas de origem norte-americana taxas e ônus que elevaram os preços do produto em mais de 100% e fizeram com que as importações dos EUA despencassem.

Mas se essas medidas permanecem em vigor até hoje (vêm, inclusive, sendo discutidas no âmbito da Organização Mundial do Comércio), como explicar que esteja ocorrendo aumento no volume importado? Sim, pois neste ano, em apenas sete meses (janeiro a julho), elas voltaram a superar os totais anuais de 2010 e 2011 e já estão próximas das 58 mil toneladas, sinalizando que podem chegar às 100 mil toneladas em 2012. O que mudou?

Segundo o USDA, após a China implementar, em 2010, as medidas anti-dumping e compensatórias contra a carne avícola dos EUA, o preço unitário de países exportadores da América do Sul aumentou significativamente no ano seguinte. No Brasil, por exemplo, o aumento de preço foi de quase 25%. Isso – conforme o USDA - acabou tornando os preços norte-americanos novamente competitivos e hoje faz com que alguns importadores chineses optem pelo produto dos EUA. Ainda que tenham que arcar com as taxas adicionais classificadas como anti-dumping e compensatórias, a compra permanece vantajosa.