Mas – fato raro na atividade, onde as recuperações de preços tanto do ovo quanto do frango são invariavelmente lentas – em apenas seis dias de negócios (isto é, entre segunda-feira, 7, e o último sábado, 12) o produto reobteve 94% do preço que manteve durante quase toda a primeira quinzena de abril.

Uma análise simplista atribuiria o resultado (aparentemente inédito em se tratando de tão curto espaço de tempo) à semana de pagamento de salários e, sobretudo, ao Dia das Mães, que proporciona ao comércio, na ocasião, seu segundo melhor movimento de vendas do ano.

Não deixa de ser verdade. Mas antes que os dois fatores se manifestassem sobre a atividade, o que mais atuou para que se desencadeasse a recuperação de parte dos preços perdidos foi a atuação prévia dos próprios produtores, que realizaram maciço descarte de poedeiras mais velhas e, com isso, voltaram a reequilibrar oferta e procura. Quando o movimento aumentou, o cenário para altas mais elevadas que o normal já estava preparado.

Não fossem essas condições suficientes, há outro fator que deve proporcionar longevidade à atual retomada de preços: o clima. Pois enquanto na avicultura de corte as baixas temperaturas causam inesperado aumento de peso dos frangos em criação, na produção de ovos (sobretudo quando as baixas ocorrem bruscamente) determinam quedas na postura e, portanto, ainda menor oferta. Isso sem contar que os próprios produtores ganham condições de negociar melhor (isto é, sem pressa) sua produção, pois não enfrentam as pressões típicas do verão, quando são obrigados a uma comercialização rápida, dada a maior perecibilidade do produto nas temperaturas elevadas.

Pra simplificar: as altas devem continuar.