De acordo com vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Ricardo Tomczyk, os impactos da obra ainda não podem avaliados, no entanto, antevê que a esperada redução no custo do frete não deve se concretizar.

"A grande questão hoje é saber se haverá realmente reflexo no custo do transporte com a operação do novo terminal, e sabermos se o terminal vai agregar valor para o produtor ou não. É um momento de muita cautela, pois diante do que presenciamos nos terminais de Alto Taquari e Alto Araguaia ficamos preocupados com o escoamento da nossa produção", afirma Tomczyk.

Segundo ele, este será um dos temas abordados durante a etapa do 8º Circuito Aprosoja que será realizado nesta quarta-feira (24) em Rondonópolis, já que o evento tem como principal abordagem o planejamento da próxima safra. Em Alto Taquari, por exemplo, os produtores observam que mesmo com um terminal no município o modal ferroviário não traz tantos benefícios fazendo com que o rodoviário ainda seja o mais utilizado devido à falta de competitividade no que diz respeito à malha ferroviária, ou seja, o custo ainda é elevado.

Para Tomczyk, é preciso ponderar também sobre os reais impactos para o setor produtor de investimentos anunciados na malha rodoviária, como o início das obras de duplicação da BR 364, um investimento de R$ 255 milhões que teve o contrato assinado nesta terça-feira (23) em Rondonópolis, pelo ministro dos Transportes, Cesar Borges. A obra deve levar três anos para ser concluída.

"Sem dúvidas, é muito importante porque a rodovia está estrangulada, isso é fato. Mas para os produtores da região sul não tem tanto impacto, o frete que vem norte que vai se beneficiar mais. O setor produtivo de Rondonópolis talvez seja o que menos vá sentir os reflexos desse investimento", avalia o vice-presidente da Aprosoja.

A etapa de Rondonópolis do 8º Circuito Aprosoja terá início às 18 horas, Millenium Centro de Eventos, e a equipe do Agrodebate fará a cobertura completa do evento.