Já no segundo dia de fevereiro o produto obteve nova alta, desta vez bem mais significativa que as anteriores. Com isso, inicia a semana valendo mais que no auge da comercialização de 2012 (final do mês de dezembro passado), o que também significa dizer que registra um novo recorde de preço, pelo menos nominal.

A alta, em si, não surpreende, pois em fevereiro, normalmente, o produtor obtém remuneração melhor que a do fechamento do ano anterior. Surpreendente, aqui, é o fato de o ajuste obtido ter alcançado índice de incremento superior ao de todos os reajustes mais recentes. E isso, às vésperas do Carnaval e, portanto, antecedendo em poucos dias a chegada da Quaresma prognostica novas e mais significativas altas nesta e nas próximas semanas.

Naturalmente, o que vai prevalecer em relação ao ovo em todos os noticiários de caráter econômico é a valorização (neste caso, no atacado) de mais de 60% em relação ao que se praticava um ano atrás, no início de fevereiro, ou então, o aumento de mais de 30% em relação à média de fevereiro do ano passado.

Note-se, entretanto, que não há nada de excepcional nos preços atuais quando avaliados sob a perspectiva de sua capacidade aquisitiva para a principal matéria-prima do produto, o milho. Pois neste caso é de bom alvitre saber que a [aparentemente elevada] remuneração ora registrada adquire volume de milho 13,5% menor que o registrado três anos atrás, em fevereiro de 2010.

Naquela ocasião, com uma caixa de ovos, o produtor adquiria pouco mais de 2,2 sacas de milho, cerca de 132 kg do grão. Desde então essa relação se deteriorou, pois o milho passou a sofrer sucessivas altas (com maior ênfase a partir de 2011) sem que o preço alcançado pelo ovo as acompanhasse. Com o preço atual a perda fica minimizada. Mas permanece. Hoje, a remuneração obtida com uma caixa de ovos adquire não mais que 1,9 saca de milho.