Com a alta, deixou a quarta posição que ocupava em maio do ano passado, quando respondia por uma participação de 11,84% no total brasileiro, para ser responsável por quase 19%.

O crescimento percentual do Estado foi o melhor na comparação com grandes exportadores nacionais. São Paulo, segundo maior exportador de maio, apresenta alta de 16,59%, com receita passando de US$ 1,56 bilhão para US$ 1,82 bilhão. Completam os cinco maiores do Brasil os estados do Paraná e Rio Grande do Sul e de Goiás, cujas performances foram +20,4%, -22,72% e +58,34%, respectivamente.

Conforme dados parciais – a tabela de produtos por Estado não foi disponibilizada - divulgados ontem pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as exportações de produtos do agronegócio passaram de US$ 1 bilhão em maio de 2011 para US$ 1,94 bilhão no mês passado refletindo a efervescência do mercado da soja, produto que é o carro-chefe de Mato Grosso, e que andou de mãos dadas com a valorização da moeda norte-americana frente ao real, que na anual, maio ante maio, registra incremento de 23,6% ao passar de uma cotação média de R$ 1,61 para R$ 1,99.

Assim como no Brasil, a performance de Mato Grosso foi beneficiada pelo atual cenário do mercado de consumo da soja, especialmente grão e óleo, e determinada pelo apetite chinês, o maior parceiro comercial do País e do Estado. “Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil e se a commodity vai bem, o Estado é invariavelmente afetado pelo momento”, aponta o economista e sócio-proprietário da PR Consultoria, Carlos Vitor Timo Ribeiro. Nesta safra 2011/12, o Estado colheu 21,36 milhões de toneladas e ocupa também lugar de destaque no mercado internacional ao ofertar, anualmente, cerca de 9% do grão mundial.

No Brasil, as exportações do agronegócio atingiram a cifra recorde de US$ 10,26 bilhões em maio deste ano. Antes, o maior valor foi registrado em agosto de 2011, com US$ 9,84 bilhões. O resultado expressivo representou uma elevação de 21,2% em relação a maio do ano passado.

Como destaca o Mapa, de junho de 2011 a maio de 2012, o complexo soja (grão, farelo e óleo) continua sendo o principal setor exportador, com as vendas externas subindo 41% e passando de US$ 19,3 bilhões para US$ 27,2 bilhões. O complexo sucroalcooleiro ficou na segunda posição, com exportações de US$ 15,9 bilhões (+13,2%). Os outros três principais setores foram carnes (US$ 15,9 bilhões, +9%), produtos florestais (US$ 9,4 bilhões, -1%) e café (US$ 8,2%, +14,3%). Esses cinco principais setores tiveram expansão de participação no total das exportações de 78,2% para 78,6%.

O complexo soja, principal responsável pela elevação das vendas no acumulado em 12 meses, teve elevação das vendas em US$ 7,9 bilhões, o que representou 53,4% do incremento de US$ 14,8 bilhões no valor total exportado. Outros setores também tiveram importante contribuição, como o complexo sucroalcooleiro, que teve elevação de US$ 1,8 bilhão em vendas no período, as carnes, que tiveram aumento de US$ 1,3 bilhão e o café, com expansão de US$ 1 bilhão.

A China continua apresentando o maior dinamismo importador em relação aos produtos do agronegócio brasileiro. Nos últimos doze meses, a China ampliou as importações do agronegócio brasileiro em 59,7%, expandindo a sua participação de 14,4% para 19,6%. Caso se agregue às compras da China as aquisições da região especial administrativa de Hong Kong (2,2%) e as aquisições da província chinesa de Taiwan (1,3%), o país atingiu a participação de 23,1% no total das aquisições. Essa fatia é próxima em tamanho da fatia da União Europeia, que ficou com 24,1%.

ACUMULADO – De janeiro a maio deste ano, as exportações mato-grossenses somam receita de US$ 5,82 bilhões, cifras 43,58% superiores aos US$ 4,05 bilhões contabilizados nos cinco primeiros meses de 2011. Com a expansão relativa, também a maior entre os grandes exportadores nacionais, o Estado deixou a quarta posição que ocupava em igual período do ano passado.

Com o acumulado, Mato Grosso fica na segunda posição do país, cedendo a primeira para São Paulo, que, mesmo encolhendo o faturamento em 8%, de US$ 7,19 bilhões para US$ 6,61 bilhões, ainda apresenta o maior volume do período em análise.