Análise de Mercado

Leite: Preços estáveis no mercado de Santa Catarina

O ano iniciou com o preço do leite cru em pequena elevação no mercado catarinense, mas as margens dos criadores estão baixas em razão do aumento dos custos de produção


Publicado em: 24/01/2013 às 20:00hs

Leite: Preços estáveis no mercado de Santa Catarina

Os valores de referência dessa matéria-prima calculados pelo Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado de Santa Catarina (Conseleite), para dezembro,  aumentaram 1,6% e, para este mês de janeiro, estão projetados com mais 0,6% de reajuste.

“É inédito, no mercado brasileiro, o ano começar com preços em elevação”, observa o presidente do Conseleite e vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina - FAESC, Nelton Rogério de Souza.

O leite foi uma atividade rentável em 2011 e 2012, apesar da elevação dos custos no ano passado. A pecuária leiteira – ao lado da avicultura e da suinocultura – também sofreu com o encarecimento dos grãos (milho e soja) no mercado interno. Apesar do amplo emprego da produção a pasto, a alimentação animal é suplementada com sal mineral, silagem e rações à base de milho e farelo de soja. No conjunto, a nutrição representa 70% do custo da produção de leite. Depois vem a mão de obra, cujo peso na planilha de custos vem aumentando.

 Os preços de referência calculados pelo Conseleite para este mês, considerado o produto apanhado nas propriedades rurais e com Funrural incluso, são os seguintes: leite acima do padrão R$ 0,8325; no padrão R$ 0,7239 e abaixo do padrão R$ 0,6581 por litro. O mercado está praticando preços de R$ 0,80 a R$ 0,92.

O presidente do Conseleite lamenta que as importações de leite continuaram exageradas em 2012, incluídos todos os leites em pó, doce de leite e leite modificado. O aumento no volume de leites em pó importado resultou de maior demanda das indústrias do Brasil no fim do ano. Com o forte crescimento nas importações, o saldo da balança comercial de lácteos registra déficit de US$ 467 milhões na parcial de 2012. O principal país de origem das importações continuou sendo o Uruguai, representando quase 60% do total do comercializado, seguido pela Argentina, com 38%.

Um ponto positivo de 2012 é que as famílias brasileiras  ampliaram o consumo de produtos lácteos de maior valor agregado e de melhor qualidade à medida que aumentam sua renda. Este cenário foi constatado, principalmente, nas classes C, D e E, que também estão dispostas a pagar mais caro por estes itens. Essa tendência foi confirmada por estudo elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz , da USP.

Na classe C, o levantamento aponta que o aumento de 1% da renda gera incremento de 0,4% no consumo e uma elevação de 1,14% nas despesas com estes produtos. Nas classes D e E, o mesmo ganho de 1% na renda amplia o consumo em 0,6% e os gastos em 1%.

IMPORTÂNCIA

O leite é uma riqueza econômica e nutricional em Santa Catarina. Quinto  produtor nacional, o Estado gera 2,2 bilhões de litros/ano. Praticamente, todos os 190.000 estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 60% da produção com cerca de 50.000 estabelecimentos rurais.

Fonte: Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina - FAESC

◄ Leia outras notícias