Análise de Mercado

Investimentos em sistemas de irrigação podem evitar falta de alimento na mesa da população

Alguns itens já estão em falta; o preço subiu e o uso de tecnologias pode aumentar - em curto prazo - o volume de produção no campo


Publicado em: 06/06/2022 às 13:20hs

Investimentos em sistemas de irrigação podem evitar falta de alimento na mesa da população

Em menos de dois anos, dois grandes entraves globais para a produção de alimentos. Após o fim dos estágios mais críticos da pandemia da Covid-19, o conflito armado entre Rússia e Ucrânia desestabilizou o mundo. O cenário – de ameaças e reais impactos na segurança alimentar – tem se baseado na utilização de tecnologias para evitar a falta de comida na mesa da população.

Após o terceiro mês de conflito armado entre duas grandes potências produtivas, o impacto no setor se manifesta de forma evidente. O comprometimento do abastecimento de commodities, principalmente no mercado europeu, é um dos mais latentes efeitos da guerra.

“A mídia revela que já vem faltando alimento em vários lugares. Muitas vezes, não é a escassez completa de um item que ocorre, mas a diminuição da disponibilidade daquele item. Alguns países já estão enfrentando a falta de trigo, por exemplo.”, pontua Vinícius Melo, Diretor Comercial da Valley.

O agronegócio global depende amplamente da distribuição de petróleo e fertilizantes, que também tem sofrido o impacto do conflito entre esses dois importantes players. Além dos grãos, o conflito representa uma ameaça à produção de outras importantes commodities, como o açúcar, o algodão, o café e o cacau.

“Já estamos vivendo um momento de escassez de oferta de alimentos, o que é facilmente comprovado pelos dados da inflação mundial. Essa alta nos preços é fruto de uma reação em cadeia. Por exemplo, está faltando cloreto, está faltando adubo. Estão faltando insumos vitais. O produtor está pagando mais caro naquilo que tem disponível, aqui no Brasil, e isso vai refletir no aumento do preço dos alimentos”, explica Vinícius.

O especialista destaca que, a restrição das importações de fertilizantes, em especial, representa um risco de ampla proporção para a segurança alimentar brasileira. Cerca de 23% dos fertilizantes importados pelo país são de origem russa. Esses insumos possibilitam o fornecimento de nutrientes e potencializam o crescimento e a saúde das lavouras e plantações nacionais. O déficit de fertilizantes representa, em primeira instância, a possibilidade de um desequilíbrio produtivo e a escassez de nutrientes no solo.

A irrigação pode ser a solução mais eficaz para atravessar esse período de incerteza e escassez. Isso porque, conforme destaca Melo, investimentos em sistemas de irrigação eficazes podem gerar, comprovadamente, um incremento de cerca de 30% na produtividade, garantindo um maior número de safras e ciclos cada vez mais produtivos. Assim, a utilização da tecnologia potencializa o abastecimento do mercado nacional e global com produtos fundamentais para a alimentação.

“Com a irrigação, o planejamento é muito mais assertivo. No sequeiro, a produtividade depende das probabilidades e diversos outros fatores que, mesmo com planejamento, resultam em um total de produção menor. O produtor que conta com a irrigação tem a garantia dos números. Não só o sistema de irrigação em si, mas em especial as tecnologias de inteligência artificial e as soluções de conectividade agregadas ao pivô, geram informações privilegiadas e contribuem diretamente para o aumento do volume de alimentos que sai dos campos”, pontua.

E esse avanço é instantâneo a partir do primeiro ano de utilização da irrigação, possibilitando o aumento da disponibilidade de alimentos no mercado já em 2023. 

“Nosso desafio, hoje, é aumentar nossa produção e atender os clientes em tempo hábil, para que eles possam fazer as próximas safras debaixo dos pivôs de irrigação. Quanto aos desafios junto ao governo, por exemplo, estamos sempre buscando alternativas de crédito, para que se financiem equipamentos de irrigação em larga escala", comenta Cristiano Del Nero, diretor presidente da Valmont no Brasil.

Segundo o diretor da unidade brasileira, o cenário desafiador para a segurança alimentar deixa grandes lições e destaca a importância do planejamento. "Fica clara a necessidade de fortalecer, cada vez mais, os investimentos globais em tecnologia, para que a produção de alimentos seja cada vez mais assertiva e fique cada vez menos à mercê de problemas externos”, conclui.

Fonte: Na Mídia Assessoria

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